Da terra para as nuvens: exemplo de migração de um legado para o Microsoft Azure

Por dti digital|
Atualizado: Mai 2020 |
Publicado: Jul 2015

A teoria da evolução das espécies diz que as diferentes formas de vida foram conquistando novos ambientes gradualmente. As primeiras dominaram o ambiente aquático. Depois de muito tempo, algumas delas conquistaram o ambiente terrestre. Por fim, determinadas espécies  angariaram os ares. A evolução da tecnologia da informação pode ser analisada de maneira análoga.

Durante muitos anos, o gerenciamento de aplicações por médias e grandes corporações não fugia muito de um mesmo cenário: investimento pesado em infraestrutura, disponibilizando servidores locais robustos para o armazenamento e gerenciamento de suas aplicações. Apesar da existência de ferramentas de auxílio para estas atividades, este cenário sempre apresentou algumas limitações e desvantagens. As janelas para o deploy de aplicações, por exemplo, são muito pouco flexíveis neste contexto, além de muitas vezes exigir um certo trabalho braçal. Qualquer problema ou queda dos servidores também geram um verdadeiro “Deus nos acuda” na empresa.

Nos últimos anos, porém, este cenário mudou com a conquista das nuvens. O gerenciamento e armazenamento de aplicações nas nuvens (storage cloud) avançaram a ponto de se tornar uma forte tendência no desenvolvimento de novas aplicações. Maior flexibilidade na realização de deploys, menor necessidade de investimentos em infraestrutura de TI dentro da empresa e possibilidade de redimensionamento dos tamanhos e quantidades dos servidores são algumas das vantagens que as nuvens oferecem.

Microsoft Azure

Uma das plataformas em nuvem mais consolidadas atualmente é o Microsoft Azure. Lançada para o mercado no início desta década, ela oferece diversos serviços de computação na nuvem, como AD (Active Directory), bancos de dados (relacionais e não-relacionais), servidores de aplicação, dentre outros. A principal ferramenta para o desenvolvimento de aplicações para o Microsoft Azure é o Microsoft Visual Studio (a partir da versão 2010), junto com a toolkit para .NET da plataforma (a versão mais atual é a 2.6). O Microsoft Azure pode ser usado, com diferentes custos, para diversas necessidades do usuário: desde a publicação de uma simples página na Web, até o gerenciamento de um processo robusto envolvendo a integração entre diferentes camadas e subprocessos.

Aplicação

A utilização do Microsoft Azure, entretanto, não deve ser limitada somente ao desenvolvimento de novas aplicações. É perfeitamente possível a migração de um sistema legado para a plataforma. Caso se trate de um sistema já desenvolvido utilizando ferramentas da Microsoft, como bancos de dados SQL Server e o framework .NET, esta migração pode ser feita sem grandes dificuldades e transtornos. Uma das migrações mais simples, sem dúvidas é a de uma aplicação Web. Basta criar uma Web Role para um projeto Web já existente, migrar algumas configurações e a aplicação já está pronta para ser publicada na nuvem com sucesso. Para outros processos não Web, o caminho é um pouco mais complexo. A criação de Worker Roles para cada projeto e a necessidade de migração de configurações é uma parte bem análoga à de migração de aplicações Web. É provável, porém, que exista a necessidade de alguns ajustes extras para que a migração seja feita e publicada com sucesso. Mas atenção: nem tudo são flores e a migração de bancos de dados e ADs já existentes pode se tornar um grande gargalo. Logo, como qualquer migração de legado os riscos e benefícios de cada etapa devem ser levantados, para permitir uma decisão mais bem fundamentada do que deve ser migrado e o que deve ser reconstruído.

Como se pode perceber, assim como na evolução das espécies, a computação evoluiu e conquistou um novo ambiente: as nuvens. Mas isso não significa que, necessariamente, o “ambiente terrestre” terá o seu fim. Processos novos e legados continuarão evoluindo paralelamente nos diferentes ambientes, cada qual de acordo com suas necessidades. E nada descarta a conquista de novos ambientes no futuro.

Por: Bruno Bazzoni e Jéssica Saliba.

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