De Frente com a VLI – Parte 02

Por Luan Jordano|
Atualizado: Jul 2023 |
Publicado: Set 2021

Na semana passada, vocês conheceram um pouco sobre o contexto da VLI, o que estimulou o início da gestão de mudanças na empresa e como nasceu a parceria com a dti. Agora, na parte 02 do nosso “De Frente com a VLI”, Fernanda Pires fala mais sobre como é viver a transformação na prática e como ela vem sendo expandida para além da área de inovação da organização. Confira!

 

Um bate-papo com a VLI

Marcela – dti: Essa estrutura que vocês montaram do agile coach, de treinamento, ela está diretamente relacionada aos níveis de tecnologia? Ou outras áreas da companhia também estão entrando e absorvendo esse mindset?

Fernanda – VLI: Os agilistas são muito apaixonados, eles nunca vão deixar o ágil ficar em um lugar só. Então, a nossa estrutura de gestão de mudanças foi desenhada para atender à área de transformação digital e inovação, mas acabamos expandindo, porque, afinal de contas, o PO é da área de negócios, o líder direto dele está na área de negócios e muitas vezes o time do projeto é composto também por pessoas de outras áreas. E não é só isso, lembra que eu comentei da trilha de capacitação que abrange toda a companhia? Só para você ter uma noção, do início de 2019 até agora, nós já tivemos mais de 4 mil pessoas impactadas em toda a VLI. O que acontece de forma tímida, mas poderosa, é que uma pessoa que participa de um treinamento, volta querendo aplicar isso no seu dia a dia. Esse desdobramento é tão importante que já temos áreas atuando com frameworks ágeis como kanban, Scrum e ferramentas como OKRs e desing thinking, por exemplo. E é assim que, de forma orgânica, a VLI vai se transformando.

Luan – dti: Nossa, que demais o que está acontecendo aí! Com certeza, houve alguns desafios envolvidos nisso, porque vocês vieram de um contexto muito tradicional. O setor de indústria é um contexto muito tradicional, vocês são uma empresa gigantesca com milhares de funcionários. Quais os desafios para capilarizar essa transformação? Ajudar a mudar essa chavinha do mindset?

Fernanda – VLI: Eu acho que o grande desafio é gerar de fato a consciência das pessoas quanto à importância sobre esse processo de transformação digital e promover uma mudança cultural.

Quando falamos sobre o movimento de transformação digital e de agilidade, nos referimos a um mindset muito diferente do tradicional, que está associado à incerteza, à experimentação, à cultura do erro, e nele nem todo investimento tem retorno financeiro direto. Desconstruir isso no ambiente corporativo é um desafio constante.

Fernanda Pires, Gestora de Mudanças na VLI

Luan – dti: Você comentou do erro e eu fico imaginando que existem erros e erros. Erros em certos setores às vezes são erros mais contornáveis. Eu imagino que no setor de indústria, vindo de uma empresa já muito consolidada, o erro deva ser algo muito demonizado, porque um erro pode ser um prejuízo de milhões de reais. Dentro de uma empresa desse porte, para conseguir fazer essa catequização de que erros são inevitáveis ao processo… Você está tratando com pessoas, com testes, o erro é parte inevitável. Então imagino que isso deve ter sido, deve estar sendo – porque isso não é algo que some – um grande desafio.

 

CTA VLI - Episódio 134 - Os Agilistas

 

Fernanda – VLI: Eu acho que o erro é um desafio, mas tem uma coisa bem legal na VLI: a nossa liderança vem reforçando o entendimento de que, quando ele gera uma reflexão sobre as lições aprendidas, o erro se transforma em um investimento.

O importante é refletirmos sobre o que aprendemos para fazer diferente.

Fernanda Pires, Gestora de Mudanças na VLI

Fernanda – VLI: Por exemplo, para a gente um dos grandes desafios é aprender a fatiar os problemas para entregar resultados de forma mais ágil e, quando errar, errar pequeno e corrigir rápido. Essa é uma dor que temos, pois viemos de um contexto de projetos tradicionais, extremamente perfeitos, bem detalhados, qualificados, com anos de execução em que o time não pode errar. Então, quando trabalhamos a ideia de experimentação, de MVP, há uma virada de chave muito grande.

Marcela – dti: Como é falar desse assunto, transformação digital em uma empresa tão múltipla, com tanta gente espalhada por tudo quanto é canto, com níveis hierárquicos diferenciados?

Fernanda – VLI: O desafio é levar a transformação digital para todos. E uma grande alavanca para acelerar a transformação é usar os métodos e ferramentas de gestão de mudanças. Isso é, precisamos de um forte sponsor, que vocalize os objetivos e onde queremos chegar com a transformação, uma escuta ativa para receber os feedbacks das pessoas, e algo poderoso: celebrar e reconhecer os ganhos dessa jornada. Por isso, na VLI, sistematizamos ações de comunicação interna e externa, dando visibilidade para os atores e protagonistas desta transformação, criamos a trilha de capacitação, além de realizar workshops, talkings, semanas especiais com o tema. E estruturamos, ainda, um Comitê de Inovação, que conta com as nossas principais lideranças, com o objetivo de envolvê-las na temática.

Luan – dti: Eu queria saber de você, quais são os resultados, desde o início da nossa parceria, que já estão sendo vistos na prática e que dão solidez para o discurso. Porque um discurso, muitas vezes, é muito bonito, mas não acompanha os resultados.

Fernanda – VLI: Então, em 2018, a gente se inscreveu pela primeira vez no Prêmio Valor Inovação Brasil, do Valor Econômico, e não fomos citados no ranking. Estávamos no ínicio da nossa jornada. Em 2019, entramos e, em 2020, conquistamos o primeiro lugar no setor de logística e transporte. Isso pra gente foi motivo de orgulho e um sentimento de que estamos no caminho certo. Um outro ponto é que temos iniciativas que estão trazendo ganhos financeiros significativos para a companhia, mas como em qualquer processo de transformação digital e inovação, temos que considerar fortemente a cultura de experimentação, onde em alguns momentos iniciativas serão congeladas ou até mesmo eliminadas do portfólio.

Luan – dti: Vamos fechar aqui só com um rápido bate-bola. Só uma perguntinha mesmo. Você até falou muito sobre isso durante a entrevista, mas eu queria saber: como pessoa que trabalha na linha de frente da transformação, da gestão de mudanças, o que que a transformação digital representa para você e para a VLI?

Fernanda – VLI: Para mim uma palavra que representa a transformação digital é sustentabilidade. É manter o negócio, é garantir a vitalidade, é de fato dar continuidade ao negócio. E isso ainda está mais forte com a pandemia, e não é para a VLI, é para todas as empresas.

Se quiser se manter competitivo no mercado, você precisa se transformar e cada vez mais desenvolver a competência adaptabilidade em seu negócio, porque a gente não está falando só de tecnologia.

Fernanda Pires, Gestora de Mudanças na VLI

Fernanda – VLI: A transformação digital e inovação te faz repensar sua estratégia, é um outro mindiset, novos comportamentos e novos formatos de trabalho, que trazem resposta para toda a complexidade do contexto que estamos vivendo atualmente. Pesquisas e dados mostram que o ciclo de vida das empresas está encurtando e o processo de transformação digital é o que pode ampliar esse ciclo de vida ou ressignificar o negócio.

Luan – dti: É, você pode se negar a ver o que está acontecendo, a mudança, mas ela está acontecendo e vai te atingir em certo momento.

Fernanda – VLI: Ela vai te engolir.

Luan – dti: É isso, Fernanda. Muitíssimo obrigado pelo seu tempo! Conte sempre com a gente, nós somos parceiros mesmo, não é uma relação empresa-cliente, de forma alguma, é uma aliança. Da mesma forma que vocês estão aprendendo com a gente, nós estamos aprendendo com vocês.

Fernanda – VLI: Muito obrigada, gente! A gente ama a dti aqui dentro!

Para fechar a nossa primeira edição do “De Frente com o Cliente”, queremos chamar a atenção para uma fala de Fernanda Pires: “o ciclo de vida das empresas está encurtando e o processo de transformação digital é o que pode ampliar esse ciclo de vida ou ressignificar o negócio”.

Mesmo imersos em um setor conhecido pelo conservadorismo, Fernanda e a VLI observaram a urgência da transformação digital e, com a ajuda da dti, vêm impulsionando a mudança na organização. E o seu negócio? Já está colocando a transformação ágil e digital em prática?

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