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M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio dos Agilistas. Hoje aqui na página (DTI) [00:00:09] eu estou com a Luana. Tudo bem, Luana?Luana: Bom dia, boa tarde, boa noite… Copiando o (inint) [00:00:14].M1: E hoje nós estamos aqui com um convidado muito especial, que vai se apresentar daqui a pouco, que é o Gustavo Greco, e a gente vai falar de design aqui de uma forma muito mais ampla. A gente sabe a importância do design para a criação de grandes produtos digitais, mas vamos falar de uma forma muito mais ampla. Acho que vai ser uma conversa muito interessante Gustavo, bom dia. Obrigado pela presença e, por favor, se apresente para o pessoal te conhecer melhor.Gustavo: Eu que agradeço o convite, sempre é bom um bate-papo sobre design. Sou Gustavo Greco, sou diretor de criação da Greco Design, uma empresa que tem 15 anos de mercado. Fizemos 15 anos esse ano. Nós somos hoje uma das empresas mais premiadas no Brasil, e, por conta disso, eu também venho sendo convidado para representar o Brasil nos principais festivais de design do mundo. Faço em torno de dois júris internacionais por ano, e sou também presidente da ABEDESIGN, que é a maior associação de design do Brasil; e também dou aula na pós- graduação da PUC e tem um curso que leva a minha assinatura no UniBH. Então minha vida é design, a palavra que mais sai da minha boca é essa.M1: Igual a gente aqui. Eu fico brincando que, na (DPI) [00:01:26] a gente fala de agilismo sem parar, acho que é o mesmo com design no seu caso.Gustavo: Fazemos cacoete de fala antes de começar a gravar, talvez o meu cacoete, a palavra que mais saia é essa: design.M1: Design. A cada duas palavras…Gustavo: No lugar no “né” é design.M1: Ah, vai ser ótimo. Então nós vamos aprender muito aqui. Luana, pode começar aí, eu acho que você tem uma pergunta ótima para a gente começar esse bate-papo.Luana: Beleza. Como todo mundo sabe, na DTI a gente está num cenário digital, e a descoberta de problema, a gente utiliza muito o (inint) [00:01:59], e nossos produtos, eles são mais fáceis de serem inseridos e conectados com o nosso usuário para a gente testar e verificar a experiência. O que eu queria saber é que, com o produto físico, comovocê faz para testar? Como que você valida as suas hipóteses? Como você entende o seu consumidor?Gustavo: É. O processo do duplo diamante serve para o pensamento do design. Acho que é uma ótima forma de se desenhar, um infográfico de como um designer (pensa) [00:02:28]. Acho que ele funciona para qualquer disciplina do designer. O que eu sempre falo, que, primeiro passo e para o processo do design, é a investigação do problema. Eu acredito que nele a gente encontra todas as respostas: paleta cromática, material, acabamento, tipografia. É fundamental, portanto, que a gente deixe de entender que design é feito na frente de um computador e passe para a investigação real desse problema, no lugar, com as pessoas e para quem aquela solução de design será apresentada. Você tinha citado anteriormente, quando a gente estava pré-conversando aqui, o projeto da (Mió) [00:03:08], que foi uma linha de embalagens que a gente fez para a Araújo, que é uma das maiores redes de farmácias de Minas Gerais. Nesse caso, a gente tem o suporte… essa investigação do problema passa por suportes de outras disciplinas, pesquisa desse público, até a Araújo chegar nesse momento de entender que era o momento de lançar uma marca própria… inclusive é um comportamento recorrente agora no mercado, você deve estar percebendo a grande parte de grandes marcar lançando essa linha com a assinatura da própria marca. Então a gente usa dessas ferramentas de pesquisa, do entendimento comercial, quais são as expectativas. Nesse caso, a gente tinha metas que o produto devia alcançar, ainda bem, a gente bateu todas as metas, inclusive começamos com 50 (escaus) [00:03:54], hoje são mais de 250. Isso é um sinal de sucesso do produto. Mas o que mais me chamou a atenção nisso, quase20 anos depois que eu comecei a trabalhar com design, é o poder do design no ponto de venda. Se a gente parar para pensar, esse produto foi lançado como uma marca que não tinha o endosso da marca Araújo evidente na embalagem. Ou seja, era um produto que o consumidor encontrava na gondola e não tinha experiência prévia nenhuma com ele. Foi o design que fez a pessoa levar esse produto para a casa. Eu adoro a frase de que a embalagem é que faz você levar um estranho para a casa. (inint) [00:04:32] uma experiência prévia com aquilo. Então foi muito interessante, depois de tanto tempo trabalhando com design, e eu realmente perceber… Porque na grande maioria das outras vezes, eu trabalhei marcas que já tinham repertório na cabeça das pessoas que consumiram. Nesse caso, não. Era uma marca que saiu do nada, com duzentos e não sei quantos pontos de venda, que é o que a Araújo tem, e a gente então entende o poder da materialidade de um discurso. Porque eu acredito que, nessa área do design que a gente trabalha… que a gente trabalha basicamente com identidade, embalagem, sinalização e editorial. O design tem essa função de materializar discursos. Essas promessas de marca, que a gente tanto fala, elas têm que ser tangíveis para os sentidos, para que essa marca passe a existir no mundo real. Nosso trabalho basicamente é esse. E quando a gente entende que isso funciona, nesse caso é venda, mas não necessariamente a gente pode usar (aquilo) [00:05:26] só para venda. A gente faz um projeto (inint) [00:05:26], que a gente pode falar dele depois, que não (inint) [00:05:32] está relacionado à venda, porque é um fomento de um negócio local, mas que tem muito mais uma questão social de pertencimento, de capacidade de desenvolvimento. Então, assim, eu acredito no poder do design. É uma frase que eu tenho usado muito. Eu fui curador (inint) [00:05:46] anopassado, e usei essa frase para abrir a minha fala: “design é poder”. Isso é uma coisa que eu tenho tentado estudar e entender cada vez mais, esse poder de conexão, de materializar discurso, de estabelecer relações e de construir um mundo melhor para todos, pelo menos quando bem empregado.M1: Gustavo, só uma curiosidade. Gustavo: Acho que é por aí.M1: Quando você pensa nessa materialização aí, você tem muitos graus de liberdade (inicialmente) [00:06:05], porque você tem… sei lá, no caso da Araújo tem o próprio orçamento, você tem o (inint) [00:06:18], que é de Minas Gerais…Gustavo: (inint) [00:06:19].M1: …específico, é uma (inint) [00:06:21]?Gustavo: Aham. Inclusive o nome vem disso. O nome vem exatamente… é isso que a Luana tinha perguntado, e você completa com muito sentido, isso é parte da investigação. A gente está trabalhando uma marca que é para o público de Minas, e o nome Mió vem daí. Mió é uma maneira – para quem nos ouve e não é de Minas Gerais –, uma maneira pela qual as pessoas que têm o sotaque muito carregado falam a palavra “melhor”: “esse é mió que o outro”. E a gente usou então um nome regional exatamente enfatizando o discurso dessa marca. Mas eu te cortei, desculpe.M1: Não, a minha curiosidade é porque eu vejo que é um problema extremamente desestruturado inicialmente, aquele tipo de problema bem desestruturado…Gustavo: Exato. Exato.M1: …e aí é interessante que o design te dá umas técnicas e ferramentas para atacar um problema desse. Porque, imagina, são infinitas possibilidades, de a gente fazer a marca, de…Gustavo: …exato. E voltando ao duplo diamante. É a parte que você abre as possibilidades de alternativas, caminhos, partidos gráficos, (o que) [00:07:24] é que você chame esse projeto. Então você abre… quais os caminhos a gente consegue percorrer para resolver essa questão e escolhe ali o melhor e afunila de novo, para a parte de protótipos e testes.M1: Na nossa área aqui, de produto digital, tem muito o conceito de (inverter) [00:07:43]. É o produto minimamente viável, que a gente consegue experimentar, observar os usuários e etc. E design eu imagino que tenha muita prototipação, mesmo o design que não seja de (inint) [00:07:58]. Vocês vão fazendo (NVPs) [00:07:59] também, vão colhendo feedback? Como é o processo?Gustavo: A gente tem clientes e clientes. Tem clientes que são ligados àquela questão que eu acho também muito interessante, preferem não testar muito e corrigir na rota, que é possível. Não, a gente coloca (esse) [00:08:16] no mercado, sem muito teste, se não der certo a gente ajusta. É o cliente que banca esse caminho. A Araújo trabalha muito assim. A gente fez alguns testes, mas não foi muito a fundo em pesquisa e… claro, tivemos uma pesquisa inicial com alguns consumidores, mas não foi aquela pesquisa igual um outro produto, que eu não vou poder citar o nome, que eu estou ainda em contrato de confidencialidade, mas posso falar a área. A gente está fazendo uma marca para uma empresa nacional de bebidas, um reposicionamento de embalagem. E, nesse caso, elesfizeram muitos testes. Pesquisas com profundidade para entender se a mudança… porque, muitas vezes, essa mudança vale muito dinheiro. E era importante saber se o caminho que a gente estava sugerindo era mais aceitável por esse público, e mais do que isso, se ele representava mais o discurso dessa marca do que o que eles estão utilizando hoje. Então a gente passou por uma série de testes, fizemos os (mocaps) [00:09:18], as embalagens prototipadas, par que as pessoas passassem por perguntas a respeito de associações e posicionamento da marca em relação ao que o consumidor que já consome essa marca espera de uma revitalização. Foi muito bom, inclusive, ainda bem. Eu estava super ansioso com esse retorno e já já eu já vou poder mostrar esse trabalho que está bem legal. Mas é muito parecido. A única questão é que a gente materializa fisicamente, e no caso de vocês é para o digital, é real também. A gente não pode nem falar mundo real e mundo virtual, porque mundo virtual é real. O mundo real e o mundo digital. Então acho que a diferença é essa.Luana: Eu queria te fazer uma pergunta, Gustavo… Gustavo: Claro.Luana: …que é o seguinte. A gente tem uma metodologia aqui na DTI, que a gente fala (sales fast learn faster) [00:10:11].Gustavo: Exato.Luana: Então invalidar as hipóteses também é um ganho muito grande. Às vezes é melhor a gente invalidar uma hipótese do que a gente reafirmar que aquela hipótese deu certo. Eu queria saber, no seu cenário, como funciona esse levantamento de hipóteses. Porque, no caso do digital, a gente consegue soltar muito rápido, a gente consegue testar muitorápido. Vamos supor. A gente tem uma hipótese, às vezes a gente consegue invalidar a hipótese com uma mínima porcentagem de usuários, e a gente não precisa construir esse protótipo muito rebuscado. A gente tem aquele contexto do wireframe, a baixa fidelidade. No seu caso, o que é baixa fidelidade e como que você constrói e (valida) [00:10:58]?Gustavo: E um ajuste é muito mais rápido no caso de vocês, e menos oneroso talvez. Não estou invalidando aí o tempo investido, porque parece que tudo é muito simples no digital, e muito pelo contrário. Às vezes uma programação demora muito mais tempo do que qualquer outra coisa. Mas o custo material é muito… é inexistente no caso de vocês. É, no nosso caso, erros podem acarretar problemas complexos aí. Nesse caso de embalagens, eu falei, a gente tem essa questão de pesquisas com público consumidor que já dá o norte bem claro para a gente… geralmente embalagem a gente passa por esse tipo de pesquisa. Em casos de projetos de sinalização, a gente faz o protótipo da sinalização toda em papel. Vamos supor… porque é complexo também. Imagine errar um caminho no hospital. A gente inclusive está fazendo um grande hospital agora, a gente já tinha feito (inint) [00:12:03] também. Imagina. No trânsito dentro de um hospital, o erro dentro de uma rota pode acarretar uma vida. Às vezes você tem poucos minutos para chegar onde deve chegar. Então, nesse caso, o nosso protótipo é físico. A gente sinaliza o hospital inteiro de papel, nas dimensões corretas, com as setas apontadas para o… porque, imagina. A gente primeiro faz a sinalização… muitas vezes o prédio não está construído. Então todo o fluxo e direção dessa sinalização é construído em cima de uma planta. Quando esse edifício é construído, às vezes uma coluna no lugar muda a direção do caminho. Então a gentesinaliza esse hospital todo de papel, aí a gente valida esse trânsito, chama algumas pessoas para percorrerem lá, vê se elas conseguem chegar… que a boa sinalização é aquela que te leva ao destino sem que alguém tenha a boa vontade de te falar onde é o banheiro. Se precisa perguntar onde é o banheiro, a sinalização não está tão boa assim. Então, a gente, nesse caso, valida de papel. No caso de marcas para grandes empresas, muitos clientes também investem em pesquisa. A gente consegue também validar nesse momento. Para pequenas empresas, sendo bem verdadeiro igual eu sempre prometo ser em entrevistas e bate-papos, eles não fazem isso. Mas vezes é pela experiência que a gente tem com o design, pelo entendimento que a gente tem do público, e a marca é testada na vida real. A realidade é essa.M1: Sim. Não tem recurso – não é? – para ficar fazendo vários testes. Gustavo: É. Exato.M1: Agora uma curiosidade que eu tenho, não sei nem se isso é verdadeiro. Acho que tem uma frase do Steve Jobs, que você não pode ficar perguntando para o consumidor final o que ele quer, porque ele não sabe o que ele quer. Como é que fica isso? Primeiro, é verdade essa frase? Como é que vocês fazem essas pesquisas? Como é que você faz para não induzir também? Como é que você sabe que (eu sei) [00:14:00]… Parece tão complexo isso.Gustavo: Eu não sou especialista em pesquisa, geralmente a gente contrata pessoas para isso e a gente analisa muitos resultados. Não vou conseguir te falar com profundidade a respeito de as melhores questões, os melhores caminhos para uma pesquisa de consumidor. Mas eu também acredito muito nisso. Acho que o cliente entende muito donegócio dele, ele entende do público dele, isso é real. São pessoas que vivem a vida… igual a gente vive aqui para o design, eles vivem a vida para aqueles negócios. Então eu acho que a gente já tem uma junção de dois bons ingredientes, que é um cliente que sabe do negócio e entende seu consumidor, na grande maioria das vezes, e uma empresa que entende de design. Essa junção já dá um bom caminho. A gente já tem experiências completas… (eu) [00:14:00] gosto de falar completas. Experiências maduras desses dois lados. Acho que isso já é um caminho. E a gente conhece métodos bem-sucedidos também, de (designes print) [00:15:03] por exemplo, ou o método mesa, não sei se vocês já ouviram falar, que é um método de uma empresa de São Paulo…M1: Sim.Gustavo: …que junta especialistas em torno de um problema, que a gente desenvolve aquilo em cinco dias, um protótipo em cinco dias, com especialistas diversos, de áreas diversas (e) [00:15:19] problemas de grande complexidade. A mesa só – na grande maioria das vezes – trabalha com clientes grandes, e não tem pesquisa nenhuma, investigação do objeto nenhum, e funciona. Então, assim. Eu não acredito muito em regras e métodos infalíveis: “siga esse caminho que vai dar certo”. Aqui na Greco inclusive a gente tem obviamente um método similar a isso, investiga o problema, gera alternativa, afunila para o melhor caminho, faz o protótipo e instala. É o nosso método, mas a gente não tem um roteiro: primeiro você tem que fazer isso, depois você tem que fazer aquilo. É um ponto que eu também gosto de discutir muito, por exemplo, a questão da primeira ideia. A primeira ideia é execrada por milhares de pessoas que falam que é uma ideia… eu amo primeira ideia. Eu acho que primeiraideia, ela é livre de preconceito, ela é livre de julgamento, é aquele insight criativo que você tem na hora que você está diante do seu problema de design. Eu gosto daquela máxima, de que criatividade, você aliar o seu conhecimento, o seu repertório à imaginação. A imaginação, todo ser humano nasce com ela. Então, quanto maior o seu repertório, mais criativo você será. Então o que eu dou de dica para qualquer criativo é: alimente esse repertório de tudo de bom que seu cérebro merece. Tente gastar o seu tempo colocando coisas boas na sua cabeça. Porque, na hora que você vai acessar esse método de criação, o que você vai fazer é deixar essa imaginação correr e buscar ali nesse arquivo de repertórios diversos que você tem, elementos que rearranja e chega numa solução de design. Então por que eu gosto da primeira ideia? É o momento que você ainda é livre de: “ah, isso é caro”, “isso não vai dar certo”, “isso não vai dar tempo”. A primeira ideia, ela vem antes disso. Então é como se você tivesse ali buscado essas informações todas rapidamente e traz à tona a sua solução de design. Poxa, isso é importante de se prestar a atenção, e não falar: “Ah, foi a primeira ideia que tive, então eu descarto essa ideia”. Ela é livre de julgamento, ela é livre de preconceito. Eu acho muito legal a gente traçar metodologias, elas são importantes para a relação do tempo… foi até uma pergunta que apareceu aqui, um pouco atrás, o tempo e o design são fatores complexos de se relacionar… quanto tempo eu acho que é o ideal para eu criar um bom projeto de design, e quanto tempo que meu cliente espera para que aquele projeto de design esteja pronto. Então eu acredito que a experiência é o que vai te levar nos melhores lugares. E quanto mais rico for esse repertório de design, de disciplinas… design é uma disciplina transversal, a gente tem sempre que lembrar disso. Então cinema, literatura, boas conversas como essa, issotudo aumenta o seu repertório para a construção de (inint) [00:18:18] design.M1: A pessoa, ela pode ser criativa, talvez tenha uma natureza criativa, mas ela tem que completar o repertório, das mais diversas formas.Gustavo: Exatamente.M1: Não existe essa mágica, de a pessoa ser criativa sem repertório também, não. Não é?Gustavo: Exato. E criativo o ser humano é. Se não fosse assim, a gente não tinha sobrevivido. Em um mundo adverso, lá no início da nossa existência, éramos seres frágeis, em relação aos competidores naturais que a gente tinha. Essa criatividade que fez a nossa espécie se manter, e infelizmente ela também que gera grandes problemas para o mundo, que a gente não entende.M1: Estamos aqui, agora, conversando só por causa da criatividade. Gustavo: Exato.Luana: Eu queria entender, dado que seu processo é orientado, mas é um produto que é físico, é uma (inint) [00:19:09]. Como que o digital te auxilia no seu processo como um todo, tanto na descoberta do problema, quanto na entrega… eu sei também que o impacto de um marketing num produto, ele é estrondoso… com o que o digital te auxilia nesse processo, tanto da descoberta, quanto no… o Discovery e o Delivery?Gustavo: O digital facilita, é um atalho para isso tudo que eu falei. Seja uma pesquisa… imagina. Como que a gente teria acesso a centenas, dezenas ou milhares de pessoas antes do digital? Isso hoje possibilita uma agilidade no processo. Principalmente na investigação do problema, agente tem acesso ao que a gente chama de obras análogas, que a gente pesquisa o que já foi feito desta área que a gente está atuando em outras partes do mundo. Imagina, o digital é fundamental para isso hoje. Não dá para viajar para todos os lugares, infelizmente, é uma das coisas que eu mais gosto, mas o digital nos auxilia nesse processo. E falando de obras análogas, a gente, aqui na Greco tem um… talvez uma coisa que seja do nosso método. A gente investiga obras análogas exatamente para não fazer nada do que foi feito. É um risco que a gente gosta de correr. A gente tem, no nosso discurso de entrega, projetos de excelência com uma dose de ousadia. Eu não gosto de ir para uma mesa de reunião sem um frio na barriga, tipo: “esse cara não vai aprovar isso”. Eu gosto de ir para a reunião pensando assim. O digital tem isso, a questão da pesquisa digital também, a gente sabe que possibilitou acessos a pessoas que a gente não tinha anteriormente, e na entrega ele é fundamental. A gente não faz ele aqui dentro, a gente não tem esse braço digital dentro da Greco, mas sempre com parceiros que vão fazer essa entrega para o mundo no campo digital, porque hoje é fundamental… o on e o off se entrelaçam. Não existe a entrega digital e a entrega física. Hoje o mundo é misturado, por isso que… A minha irmã está fazendo um doutorado exatamente na relação das redes sociais… no impacto das redes sociais no comportamento das pessoas, principalmente em adolescentes. E eu uma vez escrevi um texto, a gente troca muito texto para um corrigir o texto do outro, quando a gente tem que mandar para algum lugar, e eu mandei um texto para ela, e eu escrevi “o mundo real e o mundo digital”. E ela me corrigiu dizendo exatamente isso, o mundo digital é real. A gente não pode separar uma coisa da outra. Então a gente tem que falar que é o mundo físico e o mundo digital, e não o mundo real e o mundo digital.Porque é exatamente isso. A nossa vida hoje, ela é um… o on e o off é misturado. Quando você está no Instagram, ou quando você está acessando alguém por redes sociais, isso é real. Isso não é o contrário do real. Então essa entrega digital, ela é fundamental para os produtos físicos também. Principalmente pós-pandemia… imagina, o consumo online nunca foi tão intenso, acho que vocês podem falar disso muito melhor do que eu, (mas) [00:22:28] pessoas que nunca compraram online, dentro de casa, começaram a comprar online. É um ponto que a gente consegue entender totalmente a interseção. Como que essa embalagem, que eu construí para o mundo físico se comporta nesse mundo digital ainda sendo físico, porque o que chega na minha casa é o produto. É indissociável uma coisa da outra. Então esse pensamento digital nas entregas… por exemplo, um estudo que fala agora – só para gente ilustrar um pouco a importância de se pensar no digitalmente. Embalagens brancas, nesse momento em que o consumo digital aumenta, não são muito aconselhadas. Por quê? As grandes plataformas de consumo que são acessadas pelos celulares, a grande maioria delas tem um fundo branco. Se você faz a sua embalagem branca, ela meio que se dissolve no meio daquela multiplicidade de produtos, muitos deles commodities… você vai comprar um sabão em pó, entre um e outro, muito improvável que você encontre atributos funcionais em um sabão que você não encontre em outros – a não ser que a gente esteja tratando de produtos de má qualidade. Nesse momento, a identificação daquele produto que você está acostumado, uma marca mais presente na embalagem… esses produtos agora são escalas (diminutas) [00:23:50], e uma paleta (cromática) [00:23:53], que é o elemento de identidade visual… lembrando ali a nossa sequência de cognição, como que o cérebroentende o mundo, forma, cor e conteúdo, então isso nunca foi tão importante para a gente entender como que as pessoas vão reconhecer, no meio daquele universo de milhares de produtos similares, qual é a marca com a qual eu relaciono.M1: Gustavo, fala um pouquinho mais sobre isso. Eu fiquei curioso com forma, cor e conteúdo. Pode explicar um pouquinho mais?Gustavo: Claro. É um estudo feito em relação a ordem que o nosso cérebro percebe as coisas no mundo. A gente entende primeiro a forma, em seguida, a cor, e por último a gente vê o conteúdo. Então quando você vai criar qualquer produto de identidade, ou de embalagem, qualquer que seja esse lugar do design, é importante a gente entender essa sequência de cognição, como que a gente usou a forma… essa forma, ela é uma forma que dá identidade para esse produto? Essa cor, a cor institucional que a gente tanto fala, da marca, ela agora é mais presente ainda nessas embalagens, e por último lá, a tipografia, os elementos simbólicos e atributos funcionais que a gente encontra no produto, bem colocados e mais simplificados. Vocês podem perceber que muitos dos produtos agora estão limpando as frentes das embalagens, corzão, a marca bem clara, e atributos principais com destaque. Vocês podem perceber que está muito frequente. A gente não via antes, por exemplo, um iogurte com cinco ingredientes: mel, leite, não sei o que lá em destaque. Isso é por quê? É para facilitar o cara a escolher por aquele produto em um mundo… e principalmente agora, que as escalas desses produtos, no contato com o consumidor, está menor. A gente vê um pote de iogurte pequenininho ali na tela do celular. É muito legal, é (apaixonante) [00:25:54].M1: É. (Eu não tinha pensado isso) [00:25:55]. Isso muda. Agora essa questão é bem evolutiva. Você tem que reconhecer a forma rápido ali para fugir (inint) [00:26:03] ali.Gustavo: Exato.M1: Mas a forma pode te dar impulsos inconscientes que você nem percebe. (Você) [00:26:08] já pode ter repulsa ou atração por um produto sem nem conscientemente perceber isso.Gustavo: E essa é a questão, não existe escolha neutra em design. Toda escolha de design quer dizer alguma coisa. Por isso é importante a gente saber se aquilo está ali por algum motivo, ou simplesmente por alegoria. Nesse caso, aqui na Greco, a nossa regra é: não tem função, não tem por que ter usado isso? Tira.M1: Muitas vezes eu vejo que o design fica até bravo, que as pessoas ainda confundem muito com estética, acabam confundindo sempre com estética. E é uma coisa muito mais ampla do que isso. Qual seria uma definição de design e qual seria um evento que mostra que ele é para resolver problemas? Para tentar espantar isso da cabeça das pessoas.Gustavo: Essa pergunta, “o que é design?”, é das mais complexas. Eu gosto de uma frase, talvez não dê um conceito para isso, mas que é a maneira pela qual eu entendo a disciplina. Eu acho que nós somos construtores de narrativas e, ao mesmo tempo, quem materializa essas narrativas para o mundo. A gente entende o porquê aquela marca existe e deixa claro isso para o mundo. Por meio de estratégia ou na materialidade dessa estratégia, fazer isso visível para os sentidos. O que eu gosto de falar em relação à estética, é que… a gente tem ali o design clássico, que éexatamente esse design da formalidade das coisas, a gente evoluiu isso para o design thinking, que é a maneira pela qual os designers pensam, e até o design computacional, que é isso que vocês fazem muito, que é design para milhares, milhões de pessoas. O que eu acho que é muito errado é que, na hora que a gente começou a entender o design como estratégia, as pessoas começaram a falar: design não é estética. E para mim, de nada adianta uma estratégia de marca bem feita, um bom posicionamento de marca, se a solução daquele design não agrada aos sentidos. A estética para mim é fundamental no design. Você quer comprar um produto bonito, não é? “Ah, o discurso dessa marca é lindo, mas ele é horrível”. Está errado, tem alguma coisa faltando aí. Então eu acho que também, mais uma vez, da mesma maneira que eu falei do digital e do real, a estratégia e a estética, para mim, são indissociáveis. Igual eu falei no início, eu participo de vários júris de design, e o meu lugar nesses júris é da formalidade dessas (peças) [00:28:38]. Às vezes as pessoas estão lá, deslumbradas com o posicionamento de marca, e eu falo: “Galera, mas olha essa tipografia, isso é muito ruim”. Então não merece prêmio. A gente tem que saber dar a boa materialidade para aquele discurso tão bem construído. É a mesma coisa de projetos que têm um conceito enorme, a pesquisa é enorme, o conceito é enorme, na hora que eles materializam aquilo para o mundo, é um design que ele não entrega esse discurso. Quem recebe esse material, lá no final, não consegue enxergar (aquilo) [00:29:09], então aquilo de nada adiantou. Concorda?M1: É.Gustavo: Se eu não consigo entregar para quem vale, porque… uma coisa que eu não falei até agora, e que é o principal do design: fazemos design para as pessoas. Essas pessoas, elas têm que entender aquilo que a gente está querendo contar para elas. Não adianta só eu, como construtor dessas narrativas, ter entendido isso na minha cabeça, se ninguém vai receber aquilo lá no final. Eu não fiz design para mim, eu tenho que fazer design para o outro.M1: É, não. Quando você fala da materialidade, eu acho que você abrange tudo mesmo. É bem interessante falar dessa forma, porque…Gustavo: …eu tenho falado materialidade, porque eu falava muito identidade visual. Mas aí a gente tem que lembrar que nós somos seres de cinco sentidos – alguns acreditam até em seis. Somos seres de cinco sentidos, e é sabido que quanto mais sentidos são estimulados numa experiência, mas memorável essa experiência será. E a gente faz projeto para os olhos, e esquece que a gente tem nariz, mão, ouvido e boca. Então cadê o som dessa marca? O gosto dessa marca? O cheiro dessa marca? Se a gente parar para fazer uma análise, que acho que é o Martin Lindstrom que fala disso – ou é o Marty Neumeier, fiquei na dúvida agora – o livro que é Brand Sense, bem legal, ele fala exatamente da relação do estímulo dos sentidos relacionados aos cultos religiosos. Para para pensar aí nas experiências de cultos religiosos. Os cinco sentidos são sempre estimulados. Por quê? Porque a experiência fica conectada e memorável. É como se a gente virasse literalmente dessas experiências quando a gente (inint) [00:30:48]…M1: …é mais imersivo – não é? – talvez (que) [00:30:49] o conceito dos cinco sentidos.Gustavo: Exatamente, os cinco sentidos. Se a gente vai a uma missa, por exemplo. Tem lá o cheiro do incenso, o coro da igreja que canta, a textura que você sente lá dos materiais, da roupa do padre, o gosto da hóstia e do vinho na boca; e ao mesmo tempo uma experiência de uma religião de matriz africana, vai ter o (atabá) [00:31:08], que vai ter a comida do santo, vai ter o cheiro do defumador, vai ter a roupa do santo. Então, assim, os cinco sentidos são sempre estimulados em experiências religiosas. Isso não é à toa. Isso é porque estimular sentidos cria conexão, e é isso que eu acho que nós temos que fazer, enquanto criadores e construtores de marcas: estimular conexões verdadeiras. A gente não está aqui para enganar ninguém.M1: Esse exemplo da religião é muito bom. Gustavo: Exatamente.M1: Porque esses ritos são os ritos… é como se a marca, no caso, te capturasse muito mais e tivesse vários canais para te estimular, diferentes… E a gente é um ser que está integrado com o ambiente, a gente não pode esquecer disso. (inint) [00:31:57]…Gustavo: …não pode.M1: A gente está conectado com o ambiente, a gente não vive isolado do ambiente. E, assim… e qual é o futuro? Você falou um pouquinho dessa necessidade agora, que eu achei superbacana também, da marca sabendo que o consumo vai ser no (dígito) [00:31:57] aparecer ali no dígito, se adaptar, saber que… igual você falou, exemplo de estar branco… Quais seriam outras tendências que estão (inint) [00:32:24]…Gustavo: …boa pergunta.M1: …por causa da pandemia, ou por causa de… A gente outro dia fez um aqui sobre realidade aumentada, entendeu? O que são tendências que estão influenciando o design?Gustavo: Exatamente. Essa é uma palavra que eu gosto até de discutir, mas só fazendo uma interrupção aqui rápida, a Luana me perguntou como que o digital me ajudava, eu consegui agora pesquisar o nome do livro enquanto a gente falava. O livro que eu citei é o Brand Sense, do Martin Lindstrom, eu fiquei na dúvida entre os dois autores, era um eles mesmo. Bom, tendência. Tendência é uma palavra que eu morro de medo. Morro de medo em alguns sentidos. Quando a gente fala em tendência de comportamento, que é exatamente a pesquisa de como essas pessoas se relacionam no mundo, essas pessoas para as quais a gente cria, acho ótimo. A gente (inint) [00:33:12] que as pessoas foram para a casa, que elas começaram a enxergar a casa de uma outra maneira, o mundo profissional entrou dentro de casa, o que isso gera em comportamento… esses produtos apresentados, o mundo digital, e como que a gente pode se relacionar com eles, acho ótimo. O que eu não gosto do uso dessa palavra é: “agora está usando azul”, então todo mundo tem que fazer azul. “Agora a tipografia tem que ser condensada”, porque está na moda… é tendência tipografia condensada. Poxa, se a gente está aqui desenvolvendo identidades, identidade é o que me faz diferente de vocês. Se eu começo seguir tendências, todos nós seremos iguais, e essas marcas não terão identidade nenhuma. Então eu sou totalmente contra tendências de solução de design. Em relação a tendências de comportamento, o que eu tenho a dizer, principalmente agora pós- pandemia, é que a principal tendência é a marca entender o seu lugar nomundo e deixar isso claro para as pessoas. É sabido que mais de 70% das marcas, se deixassem de existir, ninguém sentiria falta delas. Por quê? Porque essas marcas não têm o famoso propósito, que é exatamente porque eu devo existir em um mundo cheio de marcas. Então eu acho que a pergunta que todas as marcas têm que se fazer agora é: “por que eu existo nesse mundo e o que de bom que eu posso trazer para esse mundo?”. Porque também em pesquisa agora da pandemia, eu não sei o número certo, mas é uma grande parcela de pessoas que consomem determinados produtos estão dispostas a mudar de marca se elas não entenderem essas como inseridas no coletivo. As marcas têm que encontrar o motivo pelo qual elas existem, mas também o que elas fazem para tornar esse mundo à volta delas melhor. Acho que isso é importante. E não é forçar uma barra: “agora eu vou abraçar uma causa que não tem nada a ver com o meu discurso só porque é tendência ter causas pelas quais lutar”.M1: Sim, sim.Gustavo: Então eu acho que, se eu diria alguma coisa em relação a uma boa dica de comportamento dessas marcas, é isso. E o design entra nesse lugar. Primeiro, de construir, junto com esses clientes, essas narrativas, e mais uma vez de deixar essas narrativas visíveis para esses sentidos. Acho que é uma boa maneira de a gente colocar (isso) [00:35:27]. Porque pensa bem. Falando de planejamentos estratégicos, que é uma coisa que para mim que – agora eu vou receber um tanto de pedra, mas – eu acho legal, mas sempre achei estranho, primeiro, que você nunca viu um planejamento estratégico que fala de queda em vendas, não é? É sempreascendente: cresce, cresce, cresce. Pensa na natureza. Natureza não cresce toda hora.M1: Só câncer que não para de crescer.Gustavo: Exatamente. A gente tem momentos de, ou repouso dessa natureza, é importante para que ela encontre energia de novo para brotar novamente… o inverno existe para isso, para que aquela planta armazene energia, para que ela gere uma flor de novo e se reproduza. O inverno vem antes da primavera, em planejamento estratégico isso não existe. E mais uma: quem foi o especialista mais foda de planejamento que previu o COVID? Ninguém. O imponderável é parte da nossa vida, a gente tem que saber lidar com ele. A gente tem o imponderável para o ruim e o imponderável para o bom, uma notícia boa que te muda tudo, e muda o seu planejamento para três meses rapidamente. Então eu acredito sim em planejamento de curto prazo. A gente prevê primeiro aonde a gente quer chegar, acho que isso é importante, deixar claro aonde que a minha marca quer chegar, mas fazendo um planejamento de curto-médio prazo, para conseguir trabalhar de uma maneira saudável e menos angustiante, porque… se eu tenho essa espada do desempenho, eu já carrego ela desde que eu era criança no pescoço, é uma estrutura da minha personalidade. Mas imagine se ainda tem ali metas surreais a alcançar, é bizarro isso. E para que tanto? Que ambição desenfreada é essa? Eu acho que (inint) [00:37:17]…M1: Gustavo, você está falando agora como um autêntico agilista, não é?Luana: Agilista, exatamente. Eu ia falar isso agora, eu estava pensando aqui, construindo uma frase, porque, tipo assim, o seu discurso, ele está construído com muita coisa que está no DNA da DTI. Às vezes de formadiferente… quando você fala sobre metas, a gente tem aqui os nossos OKRs, os nossos objetivos…Gustavo: …claro, nós também. Nós também, deixando isso claro.Luana: Então a gente traça junto ao cliente um objetivo para seguir, e o design, ele vem como um processo auxiliar, tanto à descoberta do problema, quanto à nossa entrega, a gente testar, aprender essa conexão com o usuário. E eu estou achando incrível o papo, porque é uma visão diferente, mas completamente (inint) [00:38:01]…Gustavo: …da mesma coisa, aham.Luana: …que está no nosso DNA. Aí eu queria só aproveitar, assim, dado que a gente está nesse cenário do COVID e tal, se sou permitida, é o seguinte. Hoje nós somos usuários, consumidores, designers, estamos desenvolvendo também. O que você pode dar de dica para esse cenário caótico, para os designers que estão o tempo todo se indagando, tipo… tanto ao desenvolver um produto, quanto a consumir um produto? O que você vê, que a gente consegue ser diferente no cenário da pandemia? Por exemplo, você falou sobre as lojas virtuais com um fundo branco e tal, alguma hipótese que você levantou na sua cabeça, que você pode compartilhar com o (José) [00:38:46], para a gente colocar aquela pulguinha atrás da orelha e começar a se indagar, pensar diferente?Gustavo: Eu acho que… eu vou acabar me repetindo aqui, mas eu acho que vale a pena. O que eu acredito mesmo, nesse momento do design… Primeiro, o que eu tenho discutido muito é o papel social do design. Partindo do princípio de que nós somos pessoas que fazem o trabalho para os outros, o design é sempre social e político. E acrescentando a issoo fato daquilo que eu disse, que a gente usa dos nossos repertórios, então nós somos impregnados do que nos rodeia politica e socialmente. Eu tenho prestado muita atenção nisso. Em que sentido? Ocupando lugares de privilégio e poder – é isso que a gente tem que entender que a gente ocupa – como que eu posso fazer para tornar esse mundo menos desigual? Acho que isso é um papel importante do design. Mas se a gente for falar de projetos, a gente vive ainda muito de projetos. Eu acho que é isso, é encontrar aquela resposta mágica: a minha marca é a única que… preencher essa lacuna. É um exercício complexo, difícil, mas que quando a marca encontra isso, que é um pouco daquele infográfico do modelo borboleta: o que eu faço de bom? Qual o problema no mundo? E a interseção disso, que eu faço de bom com o problema no mundo, é o meu motivo de existência. Então eu acho que, assim, a grande dica que eu deixo para as pessoas é isso, tentar encontrar esse lugar que é difícil de responder. Eu tive que escrever um texto, eu fiz um (pedex) [00:39:44] agora, e a minha busca foi por isso. E eu acho que meu lugar no mundo é esse, é de entender o poder do design, desenvolver essa disciplina e contar isso para o mundo. Eu acho que é o que eu estou fazendo aqui agora. Toda vez que eu estou fazendo isso, eu sinto que eu estou alimentando esse bom lado.M1: Excelente, Gustavo. Nossa, infelizmente a gente vai chegando no final, mas foi uma conversa muito boa. Cara, vai ficar muito marcado para mim essa questão da (materialização) [00:40:58] da narrativa, eu acredito… nós somos seres de narrativas, e essa definição para mim é muito boa, essa de materializado nos mais diversos aspectos, nos mais tangíveis e intangíveis. Acho que é uma forma de…Gustavo: …você usou uma coisa boa. É como tornar o intangível, tangível. Não é?M1: Sim. Isso não vai sair da minha cabeça não. E outra coisa que eu acho que vai ficar a pulga atrás da orelha de todo mundo é essa frase que você disse, de que 70% das marcas poderiam desaparecer, ninguém iria sentir falta. Esse é um (cenário) [00:41:29]… isso abala.Gustavo: É pense. Pense muito bem como colocar uma nova marca num mundo tão cheio de marcas. Acho que essa é a nossa função.M1: Exatamente. A maior parte não tem legado para deixar. Gustavo: Exato.M1: É uma coisa para se pensar. Mas isso aí, Gustavo. Foi muito rica a conversa, muito obrigado por aceitar nosso convite.Gustavo: Que bom, eu que agradeço. Beijos e até a próxima. M1: Valeu Luana.Luana: Obrigada 
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os agilistas

#103 Onde mora o design: Diálogo entre o físico e o digital

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