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M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio dos Agilistas. Hoje, nós vamos falar de um tema aqui que ele é, assim, de fundamental importância para DTI, que já está incorporada à nossa estrutura de uma forma tal que a gente, acho, nem lembra como é que era antes de existir isso sobre o que nós vamos falar. Mas a verdade é que, em algum momento da história da TI, isso não existia, então a gente quer contar justamente sobre como que sucedeu a criação dessa estrutura. Então eu estou falando – para não fazer mais mistério – estou falando das (guildas) [00:00:37]. As guildas foram popularizadas ali pelo Spotfy, no modelo do Spotfy e nada mais são, se você pegar, na teoria, do que uma representação de uma estrutura matricial, onde você tem parte da estrutura mais projetizada, ou produtizada, liga a uma operação, e parte mais funcional. Ou seja, em termos de conceitos, é um conceito até antigo, mas ele tem uma importância muito grande em empresas igual à DTI, que possui uma estrutura muito voltada para a operação, muito voltada para o cliente ou muito voltada para um produto, porque as guildas criam outro grupo de interesse comum, onde as pessoas podem exercer tanto um senso de pertencimento ali com a carreira, com aquela carreira que elas seguem, como elas têm um grupo onde elas podem exercer a maestria naquele assunto. Para não ficar tão intangível – eu estou falando o conceito de uma forma mais abstrata aqui – nós vamos dar vários exemplos. E eu trouxe aqui, hoje, quatro representantes que tocam guildas aqui na DTI, então eles vão poder contar não só a história de como é que essas guildas surgiram, mas o que elas são mesmo na prática. Aqui na DTI a gente tem uma coisa que a gente, geralmente, leva as coisas muito a sério; a gente não ia falar que existe guilda só para falar, porque é bonito – para falar para o mercado que existe guilda. Então, o que a gente resolve fazer a gente faz com muita seriedade e tenta sempre ter uma abordagem bastante pragmática. Então, ainda que esse nome possa ter sido inspirado aí pelo Spotfy, não quer nem dizer que as guildas vão ter que ser igual ao Spotfy, a gente tem que achar o nosso caminho. Então, sem mais delongas, eu estou aqui, hoje, como Chagas. Tudo bom, Chagas?Felipe: E aí, (inint) [00:02:24], tudo bom? E aí, galera? Sou Felipe Chagas, desenvolvedor aqui da DTI – apresentar-me, porque tem um tempinho que eu não apareço. Estamos juntos para falar nas nossas queridas guildas.M1: Isso aí. Estamos aqui também com a Júlia. Tudo bom, Júlia?Júlia: E aí, pessoal, joia? Então, sou designer aqui na DTI, e atualmente estou como líder da guilda de Designer.M1: E a Júlia já teve participações no podcast. Estamos aqui também com Rodrigo. Tudo bom, Rodrigo?Rodrigo: Olá, pessoal, tudo joia? Eu trabalho aqui na DTI como (inint) [00:02:53] e estou na frente da guilda Plural, que é a nossa guilda de diversidade.M1: Estamos aqui com Jota. Tudo bom, Jota? O Jota já tem seguidos e fãs no (Entre Chaves) [00:03:05]. E agora todos ficarão… Vão trazer mais milhões de seguidores agora aqui para Os Agilistas.Jota P: E aí, (inint) [00:03:12], bom? (inint) [00:03:14] fazendo minha aparição aqui no Agilistas hoje. Já teve vez que eu confundi o (Entre Chaves) [00:03:18] com o Agilistas, mas hoje é Agilistas que nós estamos. Vamos conversar um pouco sobre desenvolvimento. Eu ajudo a organizar a guilda de (inint) [00:03:25] aqui, na DTI – a melhor parte de desenvolvimento.M1: Então, gente, acho que para começar, em vez de pegar a minha definição – às vezes a minha definição está muito abstrata -, às vezes um de vocês aí, quem se candidatar a falar fala: o que é uma guilda, afinal das contas e qual a importância dela para o dia a dia, qual a importância dela para a empresa e para as pessoas.Felipe: A guilda é uma estrutura, uma célula transversal. O que que eu quero dizer com transversal? Ela atravessa as outras estruturas da companhia. Então, assim, não sei se os nossos ouvintes sabem, mas a DTI é estruturada em tribos, e essas tribos formam alianças. E a guilda vai ser uma estrutura que vai atravessar todas essas alianças, todas essas tribos de uma maneira transversal. E o que que define o fator homogêneo da guilda? São pessoas que têm um interesse em comum – de estudo, de aprendizado, de discussão. Então, isso permite que as guildas possam ter diferentes focos. Então, aqui, a gente está, por exemplo, representando a guilda que trabalha com diversidade, uma guilda que trabalha com a arquitetura – eu esqueci de apresentar, mas eu faço parte da (inint) [00:04:45] que trabalha com arquitetura. A gente tem guilda de produto, guilda de (inint) [00:04:49]; a gente também tem guilda que fala sobre especificamente (inint) [00:04:53], especificamente de (inint) [00:04:55], segurança. Então, você consegue ter guildas que vão estar com pessoas e interesses em comum, pessoas com diferentes (inint) [00:05:03]. Eu estou até colocando bem a estruturação de guilda que a gente tem na DTI; tem umas pequenas diferenciações que podem ser aplicadas no mercado. Mas pessoas que têm diferentes (inint) [00:05:15], mas que estão querendo se especializar, discutir e aprender sobre um assunto em geral. E tem muita dúvida sobre qual que é a (inint) [00:05:25] que eu vou ter uma guilda: ah, vou fazer uma guilda de desenvolvimento? Ah, não, vou fazer uma guilda específica de (inint) [00:05:32]. E eu acho que isso é muito orgânico, vai depender da demanda, vai depender se é necessário. Por exemplo, a gente tem a guilda de (inint) [00:05:39], mas já tem uma galerinha ali – não formou uma guilda, mas já está tendo (inint) [00:05:44] discussão específico de (inint) [00:05:45], a galera está querendo quase fazer uma cisão – ainda marcaram no mesmo horário, né, Jota, para poder fazer concorrência com vocês.Jota P: Não, mas aí a gente traz o assunto de (inint) [00:05:55] também para a guilda e aí fica (inint) [00:05:57].M1: Interessante isso aí, Chagas. Só um aspecto que eu já queria salientar para quem está escutando, que eu sempre penso no público e o pessoal sempre pensa muito em como fazer acontecer nas suas próprias organizações. (inint) [00:06:10] que guildas são as famosas comunidades de prática, um (inint) [00:06:12] que sempre existiu, onde você compartilha o conhecimento. Mas o que eu queria observar aqui, na verdade, é o seguinte: é muito fácil, em estruturas tradicionais, alguém pensar: ah, então meu primeiro passo aqui, agora, é pensar quais guildas eu preciso – definir todas as guildas, fazer um comitê para pensar quais são as guildas. Mas não foi bem assim, né? Na verdade, essas guildas podem emergir, né? O que seria importante pode emergir, não é isso?Jota P: É. E eu diria, (inint) [00:06:39], que se for uma coisa que pareça imposta, ela tem uma chance muito menor de funcionar do que se ela crescesse naturalmente. Então, vou entrar agora um pouco na origem da guilda de (inint) [00:06:51], que foi uma das primeiras da DTI – e o Chagas estava lá também. Ela surgiu como, Chagas? Foi um grupo de estudos de (inint) [00:06:58], não era nem de (inint) [00:06:59]. Então era um pequeno grupo de pessoas – acho que eram seis, ou oito – que queriam discutir sobre (angula) [00:07:03]; isso foi escalando ao longo de algumas semanas, transformou-se num assunto mais genérico, a gente viu que tinha muita demanda, assim, das pessoas conhecerem (inint) [00:07:12] de uma forma geral, não ficaram restritas a quem mexias com projetos em (inint) [00:07:17], e acabou virando uma guilda mesmo quando a gente viu que essa era a tendência natural dos nossos encontros. Então, já tem dois anos e meio que a gente toca essa comunidade aqui dentro da DTI, realmente. São vários encontros que a gente tem ao longo do ano, com uma frequência semanal, por exemplo, em que a gente traz tanto assuntos de código, quanto assuntos mais teóricos, quanto, às vezes, alguma coisa mais multidisciplinar. Então, por exemplo, né, Júlia, a gente já teve participações do time de designer da DTI nos assuntos, nos encontros da guilda de (inint) [00:07:50], porque a gente entende que o (inint) [00:07:53] está intimamente ligado com a questão de designer. E aí a gente teve uma série de encontros que abordaram temas específicos do designer, né, Júlia?Júlia: Pois é. E isso é muito legal, porque a gente não vive isolados. E aí é muito bacana que a gente trabalha os temas que são realmente pertinentes para a guilda e vai trabalhando em conjunto ali. Agora a gente deve ter, logo no início de 2021, por exemplo, dentro do Designer, alguns encontros voltados para métrica, junto com (inint) [00:08:20] e tal. E aí a gente vai fazendo esses encontros, que vão encostando as outras áreas para a gene poder ter momentos de troca, poder ter momentos que são mais interdisciplinares, para que a gente possa, inclusive, criar empatia entre a gente. Acaba que na DTI a gente não tem, muito, essa visão, por exemplo, de designer olhar para o desenvolvedor e falar: nossa, vai ficar falando mal das minhas telas, vai ficar falando que eu estou fazendo de uma maneira muito complexa. Eu acho que isso é muito por causa da guilda, por causa das guildas, de a gente poder ir fomentando troca de conhecimento, fomentando diálogo, e da atuação, mesmo, que no dia a dia é muito próxima. Esses encontros são essenciais.Rodrigo: Eu acho que uma coisa também que é legal, (inint) [00:09:09] é essa naturalidade da guilda e do surgimento dela. Realmente, igual o (inint) [00:09:13] falou aí, a gente não para pensar as necessidades da empresa e definir as guildas que a gente vai montar (inint) [00:09:18], mas elas nascem de um caráter muito natural da própria empresa, dos próprios colaboradores que têm necessidade de discutir, de falar sobre um assunto específico; eles vão lá e se organizam nessa estrutura transversal de que o Chagas falou, e montarem um time para falar sobre aquilo. É uma coisa muito natural, que nasce, realmente, da necessidade de um grupo de pessoas – e ela não está ligada a uma estrutura formal da DTI; não é o RH que controla as guildas, não é o administrativo, mas é uma estrutura totalmente solta dentro da nossa estrutura geral.Felipe: Eu acho que o que é formal é a possibilidade de você criar uma guilda, porque se você estiver num ambiente, numa empresa em que esse tipo de iniciativa não tem espaço – e aí em questões práticas, por exemplo: a guilda envolve, pelo menos da forma como a gente estrutura, um encontro semanal, que tem duração que varia de meia hora, uma hora; às vezes, algumas guildas até estouram esse tempo de uma hora. Se dentro da organização, o profissional não puder ter esse tempo… porque aí às vezes é até mais que o tempo do próprio encontro, é o tempo para poder estudar, quem está na organização, organizar, ver, às vezes vai ser um palestrante – quer dizer, toda a questão de logística. Se ele não tiver esse tempo para poder se organizar, discutir, pensar e conversar, mesmo que surja de maneira orgânica, vai morrer. Então, (inint) [00:10:45] clichê, tipo: se a terra não tiver adubo, nenhuma semente vai nascer. Então, o que eu acho que não vai surgir de maneira orgânica, e aí as empresas precisas se estruturar, sim, é ter um ambiente em que esse tipo de iniciativa possa florescer, um ambiente em que esse tipo de coisa tenha liberdade para crescer. Então, isso, sim, tem que ser estruturado; agora, não a criação imposta dessas estruturas.M1: Chagas, muito legal o que você falou, porque isso aí é um exemplo super, hiper concreto do que que é o tal líder jardineiro, sabe? Continuando com as analogias das sementes: um cara não precisa conceber as guildas, mas ele tem que dar espaço e apoio para que elas possam acontecer e remover obstáculos. E por isso que a gente sempre mostra (inint) [00:11:33] que esse tipo de mudança é tanto (inint) [00:11:36] quanto (inint) [00:11:37], no sentido que ele tem que emergir onde acontece a ação, mas se não existe um apoio organizacional da liderança, que pode sufocar uma iniciativa dessa (inint) [00:11:47] não vai adiantar alguém começar. Outro aspecto que eu queria aproveitar para comentar aqui, porque eu acho que fecha com muitas coisas que a gente fala: a visão, alguém que tivesse uma visão de que: nossa, é uma hora ali na guilda – aquela visão tradicional, mecanicista, muito focada em eficiência, não entende o poder que isso cria para a rede da empresa. Assim, a gente sempre fala que a gente é uma rede, é uma incrível rede e essa rede tem que ter conexões das mais variadas naturezas e (inint) [00:12:19] das mais várias naturezas. Então, guildas não são nada mais do que (inint) [00:12:24] de conexões onde as pessoas têm mais afinidade. Mas imagina o resultado emergente disso, de pessoas que têm afinidade com determinado tema poderem se encontrar, discutir, trazer novidades. Então é só para tentar salientar para quem está ouvindo: quem quer entender o que é uma estrutura orgânica tem que, necessariamente, entender o poder dessa rede, a resiliência que ela traz e como que o foco em eficiência poderia, de cara, já atrapalhar essa tomada de decisão, sabe? Agora eu queria só falar uma pergunta para o Rodrigo, para não esquecer: a guilda Plural, em particular, tem uma diferença das outras, porque as outras são em torno de um assunto técnico, digamos assim, né? E um assunto até associado à carreira das pessoas. A guilda Plural não, é mais um assunto de interesse comum – um assunto relevante, mas de interesse comum. Como é que foi que surgiu essa guilda, Rodrigo? Fala um pouquinho sobre as particularidades (inint) [00:13:20].Rodrigo: O início da guilda Plural, na verdade, é anterior a mim, eu ainda não era da DTI quando a primeira estrutura da guilda – nem era Plural ainda, era uma guilda diversidade – surgiu na DTI. Ela surgiu por uma necessidade mesmo, de pessoas de um grupo de pessoas que queriam trazer mais assunto sobre diversidade para a DTI. A DTI é uma empresa que estava crescendo, contratando várias pessoas, essa estrutura cada vez se encorpando mais, e a gente vendo, assim, até num cenário mundial – a gente pode dizer assim – vários assuntos sobre a questão diversidade aplicada no contexto do mundo do trabalho. E aí surge a necessidade, assim, de falar sobre isso dentro da DTI. Quais são as ações e como é que a gente pode reforçar o pilar diversidade dentro da DTI, como uma empresa que entende que a diversidade é importante, que todos os recortes de diversidade são importantes de serem trazidos à luz com o conhecimento de todos colaboradores? E como é que a gente incentiva para que mais pessoas desses diferentes recortes possam fazer parte do que a gente chama do Universo DTI? Então era surge mais ou menos assim. E aí teve um período de pausa, assim, de hiato da guilda, que ficou parada; e aí, nesse ano, a gente retornou, após essa necessidade latente voltar também com vários movimentos que a gente viu mundiais também sobre vários aspectos de diversidade. E se tornou importante falar disso aqui de novo dentro da DTI, e a gente acabou agora até formando (inint) [00:14:57] para cuidar da guilda e puxar, em paralelo, outras ações de diversidade, assim. Então, um aspecto interessante é: a guilda nasce dessa necessidade da DTI de falar um pouco mais de diversidade, de trazer ações práticas mesmo para o dia a dia da empresa e como é que a gente pode falar do assunto internamente, mas ela também está ajudando para que, em paralelo aos encontros da guilda, a discussão e a difusão do conhecimento, a gente tem ações práticas de como fazer o universo DTI ser um universo mais diverso e responder ao mercado, que nos cobra cada vez mais esse tema.M1: Bacana. Eu queria perguntar para o Chagas: e do ponto de vista prático – eu falei aqui: poxa, a guilda é (inint) [00:15:42] dessa rede, ela aumenta o poder dessa rede, ela (inint) [00:15:46] espalhar conhecimento. Mas como é que acontece a guilda na prática? As pessoas podem estar se perguntando: quem prioriza os assuntos? Tem um chefe da guilda? Tem alguém que manda lá, que define? Como é que é isso? O que que a guilda faz, o que que ela não faz? Ela tem um escopo de atuação? Chagas e demais, o que que vocês podem dizer sobre isso?Felipe: Assim, regra, dois pontos, não tem regra. (inint) [00:16:14] pode contar como que algumas experiências a gente viu que funcionou, uma vez que a regra é não ter regra. Em geral, uma coisa é fato, precisa ter uma pessoa ou grupo de pessoas puxando as guildas – por quê? Porque é aquela história de filho com dois pais morre de fome, no sentido de…Jota P: É, fica sendo de todo mundo, e acaba sendo de ninguém, né?Felipe: Exatamente. Se não tiver uma pessoa que está responsável, preocupada com os encontros, com um cronograma ou com uma ordem lógica… Por exemplo, na (inint) [00:16:49] e na guilda de (inint) [00:16:51] contínuo, a gente tenta cadenciar os temas de forma que eles tenham uma ordem lógica entre um tema e outra – até pensando assim, uma ordem didática de aprendizado. Então, se não tiver uma pessoa, ou, na verdade, um grupo de pessoas à frente disso, em geral, é difícil de funcionar, porque dá trabalho, no final das contas, isso aí não tem como fugir. Mas vai precisar de tempo. Então, eu acho que uma coisa é isso, precisa ter um grupo de pessoas organizando. E aí como que é feito isso? Chega uma pessoa, uma liderança – em geral, a gente deixa muito aberto: quem quer ajudar a organizar a guilda? E aí essas pessoas naturalmente vão surgindo. Às vezes, pode-se ter momentos em que uma pessoa: gente, eu estou muito agarrado, estou com um projeto que está mais crítico, vou ter que dar uma afastada da organização – e aí outras pessoas vão surgindo. Então, isso vai acabar sendo um pouco dinâmico, não tem assim: ah, a pessoa vai ser líder durante um ano, depois a gente faz uma eleição e vem os novos líderes. É quem quer ajuda a participar, quem quer ajudar a construir, quem quer fazer parte disso, é muito aberto. Eu aproveito, inclusive, gente: as guildas – falando agora até para o público DTI – estão de portas abertas para quem quiser ajudar a contribuir com elas, porque demanda e trabalho, assim, eu arrisco a dizer que todas as guildas deixam de fazer coisas porque não está com tempo para poder fazer, assim. Existe muita coisa a ser feita, muito trabalho legal a ser discutido.Jota P: Eu acho que uma forma de analisar isso é, realmente, olhando retrospectivamente, ne, Chagas. Ao longo de alguns anos de guilda, a gente viu mudanças fortes acontecerem também dentro da própria organização delas. Então, no caso da guilda de (inint) [00:18:37], a gente teve ali um 2018 e um 2019 em que a gente observava que o grupo de pessoas que organizava também estava com uma recorrência muito grande de serem os apresentadores dos encontros. Entrando um pouco mais nesse aspecto, os encontros não necessariamente são totalmente expositivos – nós podemos ter encontros em que, realmente, há ali uma pessoa que fica apresentando durante uma hora sobre um assunto qualquer; ou então pode haver um formato de encontro em que parece mais uma mesa de conversa em que todo mundo contribui um pouco e não existe uma conclusão exata do assunto; há também encontros práticos, em que as pessoas programam ou então criam alguma atividade; a gente pode estabelecer também eventos – eu posso falar daqui a pouco, mas a gente teve um evento aí de final de ano que serve um pouco para mexer ali com o cotidiano da empresa também. Mas, ao longo desse tempo, a gente viu que quando havia um grupo de pessoas na organização, que ficava sempre apresentando os mesmos temas, isso impactava um pouco na qualidade mesmo dos encontros e na organização da guilda, da agenda da guilda e tal. Então, uma coisa que a gente percebeu foi: tentar aumentar o número e a diversidade de pessoas apresentando os temas pode ser legal, porque envolve mais gente da organização como um todo, fazendo com que essas pessoas se sintam parte, realmente, da guilda e não apenas espectadores da guilda, que é isso que faz total diferença. E também é muito mais fácil planejar e antecipar os encontros. Então, igual ao Chagas falou, existem séries de encontros que há uma tendência lógica, um formato lógico, didático do que está sendo apresentado. Então, por exemplo, na (inint) [00:20:09], eu sei que houve encontro sobre arquitetura, sobre banco de dados, que era uma série de encontros só sobre um tema. Na guilda de (inint) [00:20:17], houve uma série sobre designe, que trazia vários encontros seguidos com conceitos de designe, que também tem o papel ali de fazer com que pessoas e colaboradores que até então conheciam apenas um assunto passem a conhecer que existe outro lado, que existe outra coisa que, se não fosse pela guilda, talvez ele não tivesse um contato. Então serve para realmente criar pontes de conhecimento e de contato mesmo, de pessoas dentro da organização. Eu acho que ir acompanhando a evolução da guilda naturalmente é uma forma muito interessante de analisar o que que precisa ser feito, o que que precisa ser mudado e o que que pode ser mantido.M1: Assim, interessante. É até meio óbvio, cara, mas o primeiro passo é ter gente e gente empolgada para fazer as coisas acontecerem – aquelas coisas dos evangelistas, aquelas pessoas que puxam. Depois, eu acho que a guilda vai ganhando vida, né? E você, Júlia, como é que foi no caso da guilda de designer? Outra coisa que eu acho interessante na nossa estrutura – e isso eu diria que é proposital – é que, assim, a gente acredita em contextos e as coisas acontecendo conforme cada contexto. Então, ainda que todos aqui sejam guildas, elas podem ter histórias diferentes. E aí eu volto àquela história da eficiência: alguém pode achar isso um erro: poxa, já deve ter uma receita – só que, na realidade, não existe uma receita, porque as guildas são diferentes, envolvem pessoas com perfil diferentes, envolvem situações diferentes. Então é legal compartilhar boas práticas, com certeza, mas é legal as guildas poderem também seguir seus próprios caminhos. É a tal da estrutura orgânica. Então seria interessante a Júlia contar no caso dela como foi que aconteceu isso, essa história da guilda do Designer.Júlia: Pois é, assim como  o Rodrigo, eu não estou na guilda desde o início dela, e a gente já tentou várias coisas ao longo do tempo – e eu acho que se tem um lugar, assim, dentro do contexto DTI que a gente consegue aplicar o (inint) [00:22:16] no dia a dia é dentro da guilda, porque a gente está o tempo todo olhando para qual é a necessidade, como está tanto a necessidade dos próprios designer, o que que eles estão querem aprender, o que o mercado está exigindo, como é que estão os contextos dos clientes para poder entender o que está mais em voga. E aqui a gente já teve algumas fases, a gente já teve encontros mais espontâneos, a gente já teve fase com definição de temas, que a gente ficou um tempo com o (inint) [00:22:51]. E aí agora a gente tem tentado fazer, justamente, o que o (João) [00:22:57] e o Chagas estavam comentando, de tentar diversificar os tipos de encontros para a gente poder aprofundar os conhecimentos de formas diferentes. Então, a gente trabalha para poder dar uma base sobre o tema, a gente vai para a parte prática para poder tentar fomentar a troca de experiências, porque a gente tem uma diversidade de cenário dentro da DTI muito grande. E uma coisa também que a gente tem feito é o fato de levantarmos formulário, mesmo, assim, é uma forma de entender o que que está tendo de necessidade, porque muitas vezes nem todo mundo consegue se expressar ali, no dia a dia – a gente cresceu muito no time de Designer, e aí a guilda tem não só designer, mas só de designers a gente está com mais de 60 pessoas. Então, para entender as necessidades e as variações de cada cenário, a gente tem usado essa estratégia também. E aí a partir disso, a gente vai montando os próximos encontros – como é que vai funcionar, o que está sendo mais necessário. A gente até tenta ter um cronograma mais para a frente, mas acaba que vão surgindo coisas – por exemplo: agora a gente mudou do (inint) [00:24:09] para o (inint) [00:24:10], e aí a gente percebeu que precisavam de alguns encontros para poder falar sobre (inint) [00:24:16]. E aí a gente vai lá, sentindo e respondendo a partir das necessidades e dos cenários que a gente vai percebendo.Felipe: Essa questão de formatos diferentes, eu lembro de um encontro muito emblemático que teve na (inint) [00:24:28], no qual foi organizado um (inint) [00:24:31]. E estranhamente, nesse dia, a participação das pessoas foi muito baixa, assim. Se você compara, por exemplo, com a (inint) [00:24:41] atualmente, no modelo virtual, que consegue ter até 90, 100 pessoas em alguns encontros, foram, tipo, cinco, seis pessoas só nessa. Mas foi um encontro muito emblemático, que, assim, (inint) [00:24:54] envolvia cada hora um, que ia lá desenvolver, as outras pessoas ficam vendo enquanto a pessoa está desenvolvendo. E teve situações até cômicas, assim, que a gente riu de doer a barriga, teve questões de aprendizado, o jeito de cada uma das pessoas ali que estavam desenvolvendo, de competição, de pressão. Então é muito legal como que, às vezes, só mudando o formato, a gente consegue atingir outras formas de estar se desenvolvendo como profissional e como pessoa, além de estar criando laço entre aquelas pessoas que participam – laços de amizade. Eu acho que é algo importante também da guilda o elemento social que ela tem de integração dentro da empresa.Jota P: Com certeza. Eu acho que, assim, as guildas dentro da DTI, um ponto muito forte delas é o fato de elas não terem uma cara de ser uma entidade formal dentro da empresa, que exige uma seriedade extrema. Não, ela passa muito o sentimento de que você, quando está participando de um encontro – ou pelo menos é isso que eu gosto de fazer parecer – é que você está numa comunidade de amigos, mesmo, discutindo sobre um tema que todo mundo gosta de discutir. Eu acho que isso é o que traz as pessoas e faz com que elas sejam assíduas. Nós temos uma comunidade, por exemplo, nas guildas que são pessoas que vão lá constantemente, em todos os encontros, mesmo sendo que não existe uma obrigatoriedade de isso acontecer, de forma alguma.M1: Jota, você falou um negócio… Só um comentário rápido aqui, Rodrigo: tem um podcast que eu sempre gosto de citar, que foi com o Humberto (Marioti) [00:26:18], ele fala assim: cara, nós temos que entender a natureza humana. Isso é parte da natureza humana, cara, a gente gosta de encontrar com pessoas, discutir um assunto e de se sentir à vontade. Por que que eu insisto muito nisso? Porque eu acho que esse é o grande tema das organizações hoje. Ao pensarem muito mecanicamente… você falou uma coisa muito interessante, sabe, Jota P: é muito fácil de uma guilda virar um tipo de estrutura onde a pessoa se sente cheia de obrigações e de compromisso, ou se (inint) [00:26:55] dentro de uma estrutura com a qual ela não se identifica tão bem. E quando a estrutura fica mais solta, e vira mais uma comunidade onde todo mundo é mais ativo, você cria uma coisa muito mais legítima. E eu acho que isso está muito mais associado à forma como a gente, se humano, gosta de se integrar em comunidades.Jota P: Exatamente.M1: Por isso que tem que ser muito mais emergente mesmo, né?Jota P: Sim, eu vejo que uma métrica, assim, de qualidade de encontros e saber se a guilda está indo num caminho certo ali é ver como é que fica, por exemplo, a interação das pessoas durante o encontro. Fica uma coisa que só tem uma pessoa falando e todo mundo está calado lá e, tipo, faz breves comentários ou está sendo uma coisa, tipo assim, as pessoas estão participando, elas estão se divertindo, elas demonstram um interesse genuíno ali no encontro? Eu acho que isso é uma métrica muito interessante de saber como é que está sendo tocada a guilda.Rodrigo: E uma coisa também que eu olho nem é só a participação das pessoas no encontro, mas com o engajamento em si na guilda. É interessante, porque a guilda acaba trazendo várias outras pessoas a se engajarem com aquele assunto. Então, sempre surgem ações puxadas por outras pessoas, as pessoas sempre procuram a gente para dar ideias de encontros, ideias que podem ser iniciadas na guilda e levadas para a estrutura da empresa, assim, uma estrutura, vamos dizer assim, mais formal. Então é legal esse senso de pertencimento das pessoas em entender que é uma comunidade, que elas fazem parte dessa comunidade e podem contribuir com a comunidade – não é só um espaço de escuta e de uma estrutura formal que eu estou ali para ouvir e sair sem contribuir e sem ser ouvido, sabe?Jota P: Exatamente. É excelente, por exemplo, quando uma pessoa se voluntaria a dar uma palestra, um encontro – isso é excepcional, de uma pessoa que está ali cuidando da guilda não precisar chegar em alguém e perguntar: ah, você pode fazer o encontro sobre tal tema e tal? Muitas vezes acontece de as pessoas se voluntariarem para fazer isso.M1: Então, isso que eu ia perguntar: a participação nas guildas é absolutamente voluntária, não é issoJota P: É isso mesmo.Felipe: É, e tem que ser assim.M1: É, tem. Você acha que tem que ser assim, mas a vida não é assim, não. Tem lugar aí que a participação (inint) [00:28:59].Felipe: É. Só voltando à questão do carácter social da guilda, outra coisa com que ela contribui: em estruturas que são estruturas descentralizadas, como é inclusive a proposta da DTI de ter a estrutura das tribos e das alianças, um perigo que a gente sempre corre de acontecer é de a empresa se dividir em – vamos usar o exemplo da DTI – em mini DTIs, e que as diferenças entre as tribos sejam tão grandes, em que as pessoas de uma tribo não conhecem as pessoas das outras tribos e que a colaboração entre uma tribo e outra vá diminuindo com o tempo. E eu acho que a guilda tem um papel fundamental de ser um movimento contra essa segregação e essa (desfragmentação) [00:29:45] da empresa, porque ela via criar um grupo de pessoas que vão estar trabalhando atrás de um ideal em comum, vão estar criando relações em comum, mas que não necessariamente são da mesma tribo ou da mesma aliança, então isso vai trabalhar com a coesão da empresa como um todo. Então eu vejo a guilda tendo um papel muito importante em organizar de forma homogênea estruturas descentralizadas.M1: Chagas, muito legal, cara, você lembrar disso. Por exemplo, eu lembrei de uma passagem lá daquele (inint) [00:30:16], onde… Porque assim, esse comportamento tribal é muito forte, sendo que o ser humano é tribalista mesmo. E aí daqui a pouco uma tribo se acha melhor do que a outra, sabe? E aí, por exemplo, no caso lá do (inint) [00:30:29], eu lembro que as tribos eram já grupos, assim: tem os caras do FBI, tem os caras de não sei o quê, sabe? E os (inint) [00:30:37], né? E os caras, cada um se acha; o cara fala: eu que sou o fodão aqui, sou um (inint) [00:30:43]. E o outro cara lá… Aí o que que o generalzão fez, cara? Ele fez as pessoas se conhecerem, entende? Então assim, quando você se reúne na guilda, o cara de uma tribo está tendo a oportunidade de conhecer bem uma pessoa de outra tribo; e ao conhecer, você passa a gostar e a respeitar aquela pessoa. E aí você quebra um pouquinho essa fragmentação que o Chagas disse, aí fica mais propenso a colaborar com aquela pessoa, porque você conhece a pessoa, você vê que a pessoa compartilha de várias coisas que você também. Então isso tudo volta à natureza humana, você vai colaborar não é porque alguém decretou que você tem que colaborar; você vai colaborar porque você conhece a pessoa, porque você gosta da pessoa, porque a pessoa também colabora com você. Acho que a guilda ajuda nisso.Rodrigo: E isso incentiva também as pessoas a criarem a própria rede de apoio. Um exemplo interessante, assim: dentro do meu (inint) [00:31:34], a gente estava com um problema técnico específico e aí a gente tem um estagiário que ficou responsável por tratar aquele problema. E aí a gente resolveu dar um tempo para ver como é que ele ia sair tratando, ele era novo no (inint) [00:31:47] também. E quando a gente foi ver, ele veio como uma solução trazida da guilda – ele foi lá na guilda de (inint) [00:31:52], era um problema de (inint) [00:31:54], de projeto, ele foi lá, lançou o problema na guilda, algumas pessoas pararam e conversaram com ele, deram algumas ideias, ele trouxe uma ideia ótima, assim, que a gente está aplicando agora dentro do (inint) [00:32:05]. Então, para você ver: fora da nossa aliança, fora da nossa tribo, fora do nosso (inint) [00:32:11], ele conseguiu o apoio de uma pessoa que talvez, numa estrutura formal, ele nunca conversaria, uma pessoa de outro (inint) [00:32:16], outra aliança, em um outro projeto, e a guilda dá esse espaço, assim, para que agora essa pessoa seja da rede de apoio dele, assim, que ele possa contar para outros problemas similares.Jota P: E isso é um ponto importante que a gente até esqueceu de tocar aqui no nosso papo, que as guildas não têm apenas os encontros semanais expositivos, nós temos uma rede que fica aberta o dia inteiro na nossa ferramenta de contato, e basicamente qualquer pessoa pode mandar um problema, uma discussão que esteja tendo na hora, e ela fica aberta para qualquer pessoa conseguir interagir lá. Nós temos até um canal no nosso chat que chama (inint) [00:32:52], fazendo a referência do site, para tirar dúvidas, porque além de ter o contato social com outras pessoas, com outras tribos e outras alianças, as guildas também servem para você ter um contato técnico com o que outras tribos e outras alianças estão fazendo também. Então, é possível que um dado (inint) [00:33:10] não conheça, por exemplo, um (inint) [00:33:12], tenha trabalhado apenas com (inint) [00:33:13], e justamente o contato na guilda é que vai permitir que ele tenha discussões sobre essa outra ferramenta com pessoas que já trabalham com essa ferramenta.M1: Belíssimo exemplo, porque às vezes as pessoas, assim, não entendem o poder da rede mesmo, o poder que existe (inint) [00:33:29] em rede e de fazer o conhecimento transitar e emergir de uma forma que… igual ao Rodrigo comentou, que você talvez (inint) [00:33:39] não permitir, ninguém nunca imaginar, se eu não tivesse nem não chance de emergir; e numa rede dessa mais livre… Por isso que a gente fala que você tem que ter um pouco menos de eficiência em nome dessa resiliência, em nome de poder acontecer esse tipo de coisa.Júlia: É legal tanto a possibilidade dessa troca como também a pessoa se sentir confortável para poder fazer essa troca, porque, querendo ou não, quando você vai para poder perguntar alguma coisa, falar que você não está dando conta de fazer alguma coisa, isso tudo, se a gente não tivesse um ambiente aberto, uma ambiente que fomenta essa troca de conhecimento, que é, em grande parte, o próprio ambiente da guilda – e a DTI, no todo, também é muito assim – é, de certa forma, uma exposição para a pessoa. Então, se ela não está confortável, ela tende a se retrair e ficar muito mais dúvidas fechadas na cabeça dela e ela ter que ir lá fazer o caminho das pedras de novo, inventar a roda. E aqui não, aqui a gente consegue olhar e falar: beleza, eu estou com uma dúvida e eu sei que não tem problema eu falar que não sei fazer ou que eu nunca tive experiência com isso. Eu vou ver quem é que tem, eu vou ver quem é que pode me ajudar. Então, trazer esse ambiente que permite que as pessoas possam ter troca eu acho que não tem preço, assim – tanto para que as pessoas possam se abrir e pedir ajuda, como também para que a gente possa ser mais humano e falar também sobre os casos em que a gente fez alguma coisa que não deu tão certo, porque isso também é muito aprendizado; às vezes a gente fica tão focado em só falar: não, foi lindo, maravilhoso, funcionou, é incrível e tal -, mas a gente precisa também falar das experimentações que não foram tão felizes para poder também aprender com o exemplo do outro e a gente poder trocar experiências.Jota P: Verdade. O canal estar aberto não quer dizer que o canal está sendo utilizado – uma coisa não implica a outra.Rodrigo: E isso é tão legal, assim, na estrutura da guilda, porque eu vejo assim, como espaços de aprendizado contínuo para os colaboradores. Eu já trabalhei em outras empresas, empresas mais formais, vamos dizer assim, e eu via o quanto era trabalhoso, o quanto era pesado o trabalho do RH de sempre buscar treinamento para os colaboradores, treinamentos técnicos, para deixar a equipe atualizada sobre tecnologias de mercado e outras coisas assim. E aí, quando eu entrei na DTI, eu fiquei maravilhado de ver assim: cara, como é que isso acontece naturalmente aqui, e a gente não está vendo o RH correndo atrás de trazer pessoas para falar de tecnologia de (inint) [00:36:13], de trazer pessoas para falar sobre o mundo de produto, porque, naturalmente, pessoas aqui se levantam e participam de encontros que fomentam e fazem as pessoas se atualizarem e buscarem conhecimento nesses assuntos, assim, sem precisar dessa estrutura formal e centralizada, sabe? Então assim, isso é muito legal de pensar, até como resposta para empresas tradicionais de como elas podem melhorar essa questão de levar conhecimento para os colaboradores.Felipe: Eu queria trazer um outro pouco aqui, mudando um pouco de assunto, que nem tudo são flores. Falar um pouquinho também das dificuldades que a gente tem com as guildas, sabe? Então, eu vou dar alguns exemplos: a gente teve momentos de guilda de preparar conteúdos técnicos, que envolveram preparação demorada de estudo, de (inint) [00:37:06], de apresentação e ter uma, duas pessoas. E aí acho que entra muito a questão do propósito, assim: qual que é o propósito da atividade da guilda? Porque se a gente não tiver um propósito bem claro, bate o desânimo, dá vontade que: ah, por que que estou fazendo essa guilda, se só quem está organizando é quem está vindo nela? Entender que essas estruturas orgânicas têm um tempo para poder vincar – e às vezes não vinga. Às vezes, aquele tema não tem interesse de as pessoas o estudarem dentro da empresa, ou as pessoas que têm interesse não têm tempo, porque elas estão sobre carregadas no (inint) [00:37:45], no dia a dia e não querem ter mais obrigações e não vai ser o momento que aquilo ali vai nascer. Ainda dentro do assunto nem tudo são flores, acontecem muitos imprevistos. Eu lembro um dia também que foi muito marcante e emblemático – o Jota deve lembrar: tinha um expositor convidado que desmarcou faltando duas horas para o encontro, e um encontro que a gente deixou, inclusive, aberto para o público. É uma coisa legal – parente aí: alguns encontros das nossas guildas são abertos para o público fora da DTI, entendendo esse caráter de comunidade e (inint) [00:38:21] que alguns encontros têm, então a gente tem o costume de fazer até alguns encontros abertos – e esse era um caso. E aí eu, o Jota, o Alisson, normalmente, se fosse um encontro menor que fosse desmarcado, a gente só: a gente desmarcou. Mas a gente ficou assim: pô, a galera pegou ingresso do Sympla, o que que a gente vai fazer? E aí a gente utilizou algo que aprendemos no CEFET, os três, inclusive, que é fazer apresentação de última hora, e preparamos o tema em poucas horas – obviamente, algumas coisas a gente tinha alguma bagagem anterior para conseguir falar, mas a estrutura do tema foi feita de última hora. Então assim, tem imprevistos, eu acho que é entender que isso que eu comentei: acho que não é o momento dessa guilda surgir dentro da empresa; esse tema aqui não vai para a frente, não tem participação. É natural, é normal. Talvez não seja agora esse tema, às vezes vão ser outros temas, às vezes aquela fração que você está querendo pegar não é a (inint) [00:39:29] que vai estar interessada. Então, entender que essas estruturas orgânicas às vezes vingam, às vezes não e isso faz parte do processo.M1: Só um negócio, isso aí que o Chagas falou é impressionante, cara, e como é que as pessoas se esquecem disso. Se o negócio é orgânico, algumas coisas sobrevivem e outras morrem. E a gente tem muito na cabeça isso. Deveria ser (encarado) [00:39:51] com muita naturalidade que uma guilda não deu certo ou que um tema não deu certo, porque se tudo estiver dando certo, cara, significa duas coisas: ou que você está, na verdade, experimentando muito pouco e fazendo só aquilo que é muito óbvio que tem que ser feito, ou talvez pior, você está numa cultura onde todo mundo finge que está… é quase obrigado a falar que gosta dos temas, que não tem como deixar morrer.Felipe: É, e eu nem gosto do termo dar certo, (inint) [00:40:22]. Eu acho que quando você faz uma experimentação, um resultado normal e esperado é: não (inint) [00:40:27] com a experimentação, pegando até a parte mais de ciência, de Data Science mesmo, isso é um output válido. Quando você escreve um artigo, às vezes a conclusão do artigo vai ser: não funciona; não faça isso porque isso não funciona.M1: É, é uma hipótese que não deu certo, né, cara? Não deu certo, não – eu usando a palavra errada. A hipótese não se mostrou verdadeira, e esse resultado é totalmente plausível, você está justamente testando isso.Jota P: E é muito curioso porque, por exemplo, você citou o exemplo aí, Chagas, de um encontro em que foram poucas pessoas. E já aconteceu muitas vezes, mesmo, de, numa semana, um encontro de dez pessoas, que é um valor mais baixo, e no encontro da semana seguinte, 70. Então é muito engraçado, assim, o tema, realmente, define muito, assim, quem vai, quem não vai. E muitas vezes, o tema não deu certo em termos de quantas pessoas foram, mas ele dá certo em: as pessoas que foram conseguiram extrair muito daquele tema. Então são métricas diferentes e eu acho que cada uma delas tem o seu valor.M1: A gente já está chegando mais perto do final aqui. As guildas, de uma certa forma também – é uma outra faceta que eu acho que a gente explorou pouco aqui, não sei o que vocês vão achar – elas acabam que prestam serviços para a empresa também – assim, no seguinte sentido, por exemplo: a (inint) [00:41:43] faz aí os (checks) [00:41:44] de execução. Vocês podem falar um pouquinho sobre isso? Acaba sendo um meio também de… Então, ou seja, além de ter uma parte bem informal, de encontros, etecetera, mas tem uma estrutura de prestação de serviços também, concorda?Jota P: Concordo. Eu acho que, por exemplo, a (inint) [00:42:03] cuida muito de (inint) [00:42:04] arquiteturais, a de (inint) [00:42:05] também – eu vou falar um pouco aqui da de (inint) [00:42:08] e o Chagas completa com a da (inint) [00:42:09], pode ser, Chagas? Então, lá na de (inint) [00:42:13], muitas vezes, quando um (inint) [00:42:15] vai implementar uma tecnologia nova ou então precisa de uma opinião sobre algo que está fazendo e quer validar se aquilo ali é um caminho que está indo mais corretamente ou menos, esse assunto é jogado na guilda e aí as pessoas que ou são chamadas ou que elas já são referência naquele tema conseguem fazer uma organização ali a ponto de fazer depois uma chamada para poder acompanhar como é que está esse código ou esse processo e poderem dar mais segurança para aquela equipe de que a (inint) [00:42:43] está indo num caminho que parece bom. Então, é mais uma atuação transversal da guilda, de meio que dar um respaldo, dar um: cara, você está indo bem, continue assim. Ou então, ajusta isso aqui.Felipe: É, e da (inint) [00:42:56] já teve um momento em que, entre aspas, ela foi contratada para poder trabalhar num problema específico. Teve um cliente da DTI que precisava fazer um estudo sobre (inint) [00:43:05], qual adotar, qual não adotar – e foi a guilda de (inint) [00:43:09] que fez um estudo, emitiu um laudo – vou usar palavras (inint) [00:43:14].M1: Um parecer.Felipe: Um parecer, exatamente, sobre qual caminho seguir. Então, ela também tem funções bem práticas, do dia a dia. A (inint) [00:43:26] é importante no sentido de garantir a qualidade técnica das entregas – isso é muito amplo, e acaba esbarrando em várias questões de processo, de DTI flow, de (cheques) [00:43:37] arquiteturais, que são movimentos em que arquitetos de diferentes contextos vão debater e discutir uma solução e acabam tendo uma consequência muito prática no dia a dia. E aí eu vou fazer uma ponte aí, Júlia, já jogando a pergunta para você, porque a guilda de Designer também tem uma importância na estrutura organizacional até mais forte do que as outras dentro de como que os designer na DTI trabalham, né?Júlia: Pois é, a gente meio que até se confunde – guilda de Designer com o time de Designer -, porque a gente acaba tendo essa necessidade, como a gente está unido pela nossa atuação, de ter uma troca muito constante. E aí a gente tempo, por exemplo, o (cheque) [00:44:20] de Designer, que vai ajudar a perceber como é que está a atuação ali, como é que tem a possibilidade de explorar tanto o discovery quando o delivery dentro dos (inint) [00:44:32]. Então, os designers fazem, e aí chamam designer de outros contextos para poder, normalmente, fazer esse check de designer, para a gente poder ter uma visão mais completa de como é que está acontecendo. A gente também tem o próprio feedback estruturado do Designe para poder ajudar o designer entender como é que está a atuação dele. E isso tudo a gente vai de uma maneira muito orgânica, assim, do time para guilda é quase como se fosse uma coisa única para poder conseguir ir se complementando, para a gente poder o que está mais incipiente para a gente trabalhar, para a gente poder entender quem pode ajudar quem, e aí já aciona, porque a gente sabe que fulano sabe mais de um tema e poderia ajudar e tal. Então acho que assim, as apresentações nas guildas é quase como se fossem a pontinha do iceberg. E dentro da guilda de designer, a gente tem uma grande comunidade que está sempre trocando ideia e se acionando e vendo como é que vai funcionar no dia a dia para as demandas reais.M1: Júlia, sabe o que eu acho curioso? Eu adoro essas conversar porque elas evidenciam que às vezes alguém pode pensar assim, que a gente fala uma coisa e é uma teoria. Por exemplo, quando eu falei assim: cara, as guildas têm que poder surgir de forma diferente, porque elas nascem em contextos diferentes. Esse é o típico exemplo disso. O designer, poxa, está no meio de um tanto de desenvolvedor; ele quer poder estar mais próximo de um tanto de designer. Então ele tem uma necessidade diferente numa guilda de designer, talvez até de mais orientação, de mais coesão, porque no dia a dia ele está ali, num time e ele está com um tanto de desenvolvedor, então não dá para ser igual – porque obviamente que em uma guilda… as pessoas técnicas numa empresa de desenvolvimento… E é claro que isso tem até mudado, cada vez mais aumenta os outros papeis todos, né? Mas ainda é preponderante o papel técnico. As pessoas técnicas já ficam totalmente à vontade, porque elas estão cheias de pessoas técnicas em torno delas; e o designer às vezes fica ali a vida inteira cheio de desenvolvedor em volta dele – então é um momento ótimo para ele poder estar junto dos pares mesmo.Júlia: Exatamente, poder trocar ideia sobre o que está acontecendo nos outros times. Isso é muito importante para a gente…M1: É por isso que prescrição não funciona.Júlia: Exatamente. É essencial, inclusive, para a gente conseguir se identificar, ver o que o outro está fazendo. Tem um papel muito relevante.M1: Para a gente ir fechando, tem uma última coisa que eu queria falar aqui rapidinho, o Jota chegou até a citar isso um pouco, que é o seguinte: outro elemento que eu acho legal da guilda é que ela pode usar a criatividade para criar mobilização em torno de temas, e fazer coisas que são legais (inint) [00:47:23], tipo esse concurso de final de ano, Jota, que foi feito do cartão de natal. Assim, além de tudo é legal, né, cara. Não sei nem se tem que ter um propósito além do ser legal e ser bacana também, sabe?Jota P: Exatamente, é exatamente isso mesmo, (inint) [00:47:41]. Quando a gente foi elaborar, a gente estava pensando assim, no final de novembro: poxa, está chegando o final do ano. Devido à pandemia, nós não conseguimos mudar muito o formato do encontro ao longo do ano – tipo, ficava muito nas chamadas e tal -, ao passo que, em anos anteriores, a gente conseguia fazer coisas diferentes ali no presencial: levava umas comidas, umas coisas assim. Mas a gente estava sentindo essa vontade de fazer coisas diferentes. E aí tivemos a ideia de lançar um festival de cartões de natal. A gente até não tentou botar muito a parte de competição dentro disso para ser mais uma coisa de ser legal.Felipe: Era competição, sim. Queria (inint) [00:48:19], porque esse assunto (inint) [00:48:20] é gatilho, porque eu perdi por três votos – por três votos eu perdi, sabe? Não digeri isso ainda. E fica aqui a minha nota de repúdio.Jota P: Mas aí nós lançamos a ideia do festival – o próprio nome já é um nome mais solto, assim, a gente chamou de Festival de Cartões de Natal Incríveis da Guilda de (inint) [00:48:39]. E aí, como é um nome muito grande, a gente apelidou de (FECANIFRO) [00:48:42] para ficar mais fácil.Júlia: Fica muito mais fácil, inclusive, né? Eu não consigo pronunciar.Jota P: E aí era, realmente, o fazer pelo fazer. Então a gente tinha duas categorias: a primeira categoria era quem conseguiria fazer, envolvendo tecnologias de web, um cartão de natal que seria mais bonito, aquele que enviaria para a família, para a vovozinha que ama muito, enfim; e também tinha, em paralelo, uma outra categoria, que era o cartão de natal mais engraçado, mais divertido. E aí podia tudo, podia coisas escrachadas, podia colocar música, podia colocar fogos de artifício, podia colocar tudo. Então era, realmente, assim, um momento de extravasar a diversão e a imaginação, porque muitas vezes a pessoa, no projeto, trabalha ali com (inint) [00:49:25] que é mais formal para um cliente, para um portal, mas ela tem uma vontade represada, às vezes, de fazer uma coisa mirabolante, assim. Então, foi, realmente, um festival que buscava olhar para isso.Felipe: Inclusive, o cartão que (inint) [00:49:38] mais bonito tinha neve. Neve em Belo Horizonte? Não neva. Claramente, uma visão imperialista do natal. O meu cartão tinha um monumento, que era a Praça Sete, valorizando a cultura local. Muitos absurdos aí.Jota P: O Chagas ficou extremamente triste com (inint) [00:49:58].M1: Critérios discutíveis, né, Chagas?Felipe: Você vê que o natal baseado nas práticas de colonização (inint) [00:50:06]. O natal brasileiro ficou em segundo plano.Júlia: Calma, Chagas.Jota P: É nesse clima natalino que a guilda de (inint) [00:50:14] terminou o ano aí, pessoal.Júlia: Na guilda de Design, como a gente acaba tendo as confusões ali – não exatamente confusão, mas como a gente é guilda de Design, time de Design, tudo em conjunto, uma coisa que funciona muito para a gente é, de tempos em tempos, ter momentos de happy-hour, assim, ainda mais nesse contexto de pandemia, de a gente poder conversar e trocar ideias sobre como é que está a vida, sem ser, necessariamente, para trocar ideia sobre algum tema técnico em si. E tem sido muito legal inclusive, porque como o time cresceu para caramba esse ano, até para a gente poder entender, né? Olha, você? Você está trabalhando onde? Está fazendo o quê? E para a gente poder se apresentar.Jota P: É. O resumo desse final aqui é: confraternização, diversão e pessoas que não aceitaram perder, né, Chagas?M1: Gente, estamos chegando ao final do episódio; cara, gostei para caramba. Assim, eu fico até (repetitivo) [00:51:15], mas, para mim, isso tem tudo a ver com entender o ser humano – a gente gosta disso, gosta de interagir, gosta de colaborar e de fazer as coisas com espontaneidade, e as organizações tradicionais muitas vezes nos dão espaço para isso, né, cara? A questão é dar esse espaço, que isso acontece muito naturalmente, porque está na nossa essência. Eu espero aí que os ouvintes tenham gostado. E eu sempre fico em dúvida se esses episódios nossos criam mais confusão na cabeça de quem escuta, porque como não tem transcrição, muitas vezes às vezes sai com aquela sensação: e aí, que que eu faço agora? E a gente sempre remete ao famoso episódio (inint) [00:51:57]: dá um primeiro passo na direção disso; se você der esse passo, as coisas irão emergir.Jota P: Espaço e confiança, né?M1: É isso aí, pessoal, abraço a todos. É, exatamente. Espaço e o apoio, igual a gente comentou ali no começo. Isso aí então, pessoal, abraço a todos.Jota P: Valeu, abraço.Felipe: Abração, gente. Até mais.Júlia: Abraço, pessoal.Rodrigo: Abraço, pessoal. Valeu.
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#110 O que são as Guildas?

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