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Marcelo Szuster: Bom dia. Boa tarde. Boa noite. Vamos começar mais episódio dos Agilistas. Hoje eu estou aqui, pela parte da DTI, com o Vinição. Tudo bom, Vinição?Vinícius: Tudo bem, pessoal?Marcelo Szuster: Estou com a Leandra também. E aí, Leandra, tudo joia?Leandra: E aí, pessoal. Tudo bem? É um prazer estar aqui mais uma vez.Marcelo Szuster: Estou com a Cintia da Unimed, que daqui a pouquinho vai se apresentar. Tudo bem, Cintia?Cintia: Tudo ótimo. É um prazer enorme estar aqui com vocês de novo. Então a Cintia, a gente até estava lembrando antes, a gente já gravou um programa aqui anterior, a Cintia é (inint) [00:00:34] da Unimed BH, e a gente gravou em condições bem diferentes e de aglomeração de pessoas, foi no… a gente estava no (inint) [00:00:42] Brasil ano passado, que fique claro. E é engraçado demais, como é que… e, assim, uma coisa que já me vem a cabeça é isso, quando é que vai voltar a ter um (inint) [00:00:53] Brasil num lugar todo cheio e com uma aglomeração enorme de pessoas. O objetivo, gente, de trazer a Cintia, ela vai se apresentar aí para vocês ouvintes conhecerem, é para entender justamente como é que é a Unimed BH, e na verdade, em geral, os planos de saúde estão nesse momento de crise lidando com questões que atingem a sociedade como um todo, a gente está falando aqui do segurado, está falando do médico e está falando do prestador de serviço. Então os planos têm o papel aí fundamental nesse momento e é interessante porque a Cíntia ela é responsável por uma área de inteligência de dados e aí é mais vital ainda nesse momento utilizar bem a inteligência de dados para tomar as decisões certas. Então, Cintia, primeiramente, por favor, se apresente aí novamente para o público que ainda não te conhece.Cintia: Vamos lá. O meu nome é Cintia, o Szuster já me apresentou. Eu atuo na área de BI analytics desde 2001, tenho uma jornada longa aí nessa estrada, já atuei em telecom, já atuei no setor de prestação de serviço com consultoria e estou na Unimed BH desde 2012. Vivi muita coisa, mas certamente nada nem ligeiramente parecido com o que a gente está vivendo agora, é um momento tão singular que ele é incomparável. Então acho que esse é o grande ponto, é o desafio para todos nós enquanto pessoas, enquanto corporações, é algo que a gente não tem uma fórmula, não tem um modelo e nesse contexto nós temos assim um cenário interessante dentro da Unimed BH onde a simplicidade no acesso à informação e a garantia de coleta do máximo de informação possível para que a tomada de decisão seja mais pautada em fatos está ganhando uma importância grande com um destaque aí para a simplicidade. Estamos indo aos fatos, estamos indo as coisas de uma forma mais discreta, é muito legal o movimento que está acontecendo agora nessa época do Covid. E a informação se alastrou, todos os níveis estão sedentos por informação.Marcelo Szuster: Informações na área de saúde não são fáceis, não é? Assim, porque elas estão distribuídas, vem de vários lugares diferentes, não é isso? Isso já é um dificultador, não é?Cintia: Sem dúvida nenhum. Além de serem distribuídas, a qualidade do dado assistencial, do ponto de vista de padronização não é a melhor delas, a gente vive isso muito. Mas a Unimed ela entrou com um serviço novo. É engraçado o quanto a corporação estava atenta ao movimento mundial que estava acontecendo, desde o dia três de março nós temos um comitê voltado para ações do Covid. Então muito rapidamente foi alavancado um serviço que já existia para utilização em interconsultas, onde o médico especialista ficava em Belo Horizonte e outro ficava na nossa unidade em Conceição do Mato Dentro, o clínico ficava em Conceição e o especialista em Bel Horizonte, era o que a gente chama de tele inter consulta. Rapidamente essa plataforma foi ajustada e viabilizamos para os nossos clientes a consulta online para as pessoas que tivessem com sintomas de Covid, isso aconteceu no dia 18 de março. Então assim, a agilidade em que as coisas estão acontecendo e a simplicidade da linha que foi seguida saiu aquela coisa de tem que estar tudo perfeito, não, vamos fazer o simples, vamos fazer o que dá para fazer nesse tempo e vamos viabilizar um serviço que traga a população para ama situação de segurança, tire das unidades assistenciais, se não houve necessidade, e traga para uma situação de segurança. E aí vocês imaginam isso daí do dia três para o dia 18, e no dia seguinte que implanta o serviço o que é que todo mundo quer? Quem foi atendido? Como foi o atendimento?Vinícius: Já quer tudo.Cintia: O MPS do cliente, quer tudo.Vinícius: Já quer o mesmo nível de qualidade do presencial.Cintia: Exatamente.Marcelo Szuster: Não, mas você está falando é internamente também, não é? As informações de gestão, não é?Cintia: Internamente. Nos dois lados porque o cliente quer respostas estruturadas, então tinha uma equipe que montava protocolos seguindo padrão de protocolo da Organização Mundial de Saúde, do que estava sendo definido pelo Ministério da Saúde dentro do Brasil e tal. Então quem estava atendendo ali precisava estar muito bem ancorado com informações de qualidade para seguir esses protocolos, isso do ponto de vista do médico. O cliente que estava ligando precisava ter acesso a tudo que ele precisava ali, então precisava já entregar um atendimento de qualidade, porque se ele não sentisse isso o que é que ele ia fazer, ato contínuo, ia direto para um PA. Então isso era preocupação, internamente quem gere esse serviço precisava ter um retorno. Como foi o atendimento do cliente? A minha escala está adequada a minha demanda? Eu estou fazendo um casamento do que eu estou atendendo aqui no tele atendimento com depois o monitoramento? Tem algum processo que não está funcionando legal? Então assim, a gente teve que começar muito rapidamente a fornecer informação tanto para a camada estratégica. Qual foi o impacto nas nossas unidades assistenciais pós implantação da tele consulta? Quanto coisas do tipo assim: todos os passos dos processos foram seguidos? E se não foi o que é que eu tenho que fazer? Quais são os alertas que eu tenho que gerar para que o processo seja todo seguido? Digamos que a equipe foi bem desafiada.Vinícius: O pessoal interno já fica ansioso para querer ter uma abrangência geral de todos os itens aí de verificação, mas também fica ansioso, inclusive eu, para saber a questão do novo normal, e esse ponto que você colocou tem a ver com o novo normal. Você acha que esse tipo de tele atendimento vai ser algo que vai ficar como comportamento? Vai ficar não só como comportamento, mas como aceito do ponto de vista legal e tal?Cintia: Olha, é difícil falar do ponto de vista de regulação no Brasil, mas o que eu estou vendo é uma barreira rompida, eu acho que tudo que a gente está vendo está provando uma efetividade de um serviço que a gente não tinha tido ainda condições de colocar a prova. Então na minha opinião no novo normal é um tipo de serviço que veio para ficar.Marcelo Szuster: Não, eu acho interessante porque você disse que você já tinha uma solução para inter consultas, que você comentou, não é? Então vocês já tinham dado um passo importante, não é? Mas imagina isso aí se fosse tratado pensando no agilismo, que é sempre o tema do podcast, se isso fosse tratado num contexto normal o pessoal ia querer coisas mirabolantes dessa plataforma de colocar no ar, e aí vocês colocaram no ar, não é, e pronto, não é? É claro que já tinha uma vantagem de estar fazendo um teste aí com inter consultas, pelo que eu entendi, mas é interessante porque acaba que foi o agilismo na marra, não é? Você não diria isso.Cintia: Com certeza. E é interessante que a gente percebeu o seguinte, e aí eu estou falando pela minha equipe, todo mundo em casa. Então houve uma transição do home office ao mesmo tempo que a gente tinha que trazer uma solução operacional e isso foi um desafio para todas as equipes, mas aí falando mais da equipe que tratou das informações. A gente tinha um foco e a gente tinha que fazer o que dava para fazer naquele tempo. Então quebraram-se algumas barreiras de fazer uma entrega rápida, nesse sentido foi exatamente, ninguém tinha muito tempo para poder não consertar o erro, então errava e consertava rápido. Tinha que ser todo mundo junto e de forma colaborativa, porque o trabalho tinha que ser sincronizado e todo mundo tinha que estar muito alinhado um com outro, então os ritos eles aconteciam de um jeito muito natural. E teve um outro detalhe que foi interessante, que é o que você comentou, saiu da mirabolância, não tem que estar tudo perfeito, tudo maravilhoso, tudo completo, vamos para o básico, vamos para o simples. Teve um outro efeito legal. Uma vez que entrou no ar e a gente começou a medir fazendo pesquisa de satisfação e um pouquinho depois a gente já começou a calcular o MPS, a gente priorizava em cima do retorno que o cliente dava, e o cliente era o nosso cliente Unimed BH sendo atendido. Então assim, um trabalho interessante.Marcelo Szuster: Não, e engraçado, você fala ali… só mais uma coisa sobre esse tema, veio um insight assim. Assim, parece que houve uma criação de proposito imediato aí porque o problema era muito claro, como você disse, no começo, não é? Você tinha que fazer o paciente poder ser atendido ali, o cliente ser atendido na ponta com segurança para ele não ter necessidade de ir aonde ele poderia ter risco, e é interessante. O que a gente tenta algumas iniciativas, fazer um (inint) [00:10:42], definir ORKs, criar um senso de propósito, nesse caso era muito concreto para todo mundo imediatamente que tinha que correr atrás, ainda que não soubesse a especificação dos detalhes do que fazer, não é?Cintia: É, o foco foi dado pelo contexto.Marcelo Szuster: É, exatamente. Interessante. Foi um experimento de agilismo na marra mesmo.Cintia: Sabe aquilo que está rolando aí de falar assim: “Quem é o principal agente da transformação digital?”.Marcelo Szuster: É o Covid, não é?Vinícius: A piadinha.Cintia: É.Marcelo Szuster: É impressionam ente mesmo. É engraçado, esse negócio realmente é muito curioso. E de forma mais ampla, ou seja, você diria então que primeiramente a primeira grande reação rápida que vocês tiveram que ter foi essa necessidade de atender o pessoal remotamente, não é? Quais foram os impactos assim que vocês sentiram?Cintia: Olha, a Unimed teve frente em muitas áreas, então teve uma estratégia de expansão de rede, em pouquíssimo tempo nós conseguimos expandir 200 leitos, isso não é pouca coisa para o contexto da área de abrangência da Unimed BH, isso aconteceu em um prazo que se fosse em outro contexto ele seria no mínimo umas dez vezes maior. Então houve uma pluralidade de esforços aí de várias equipes, até a equipe que faz a parte toda de compras, a equipe jurídica, a equipe de compliance, a equipe de infraestrutura, a equipe que faz a parte civil. Então assim, em pouquíssimo tempo a gente reativou um hospital, que era o Hospital Centro, de Betim, e colocou o operacional, um número de leitos significativo. E agora, hoje especificamente, a gente acabou de inaugurar a referência lá que a gente está chamando de hospital de campanha, da Pedro Primeiro. Então assim, as coisas aconteceram de forma rápida em toda cadeia. Além disso foram contratadas novas pessoas e aí é um número que ele estava em torno de 350 pessoas, então você imagina contratar e trinar novos colaboradores nesse período de quarentena com a maioria das pessoas administrativas em home office. Então tudo era desafio assim, e cada um dos desafios foram perseguidos de uma forma una, todo mundo sabia onde que tinha que chegar.Marcelo Szuster: Interessante demais, porque o outro exemplo foi mais de software, esse exemplo que você falou é um exemplo bem organizacional, que mostra que quando a gente quebra essas fronteiras de departamentos aí também e botam as pessoas para trabalhar juntos dá para fazer grandes coisas, que é o caso aí de criar essas 200 unidades, contratar não sei quantas pessoas.Cintia: É.Marcelo Szuster: É realmente incrível. Só não sei que dia exatamente que vocês estão escutando esse episódio, mas hoje, dia 14, quem tiver escutando dia 14 não se esquece que hoje nós temos a primeira live dos Agilistas, hoje as 19 horas. Nós convidamos aí três CEOs de empresas importantes para contarem para a gente como é que eles estão enxergando as mudanças e o que é que as empresas estão fazendo aí para poder lidar aí com a pandemia e com a pós-pandemia. E do ponto de vista da demanda suas interna por mais indicadores relacionados a própria evolução da Covid, esse tipo de coisa, e trabalhando com esses dados tão incertos, essas diversas polêmicas que tem sobre os modelos estatísticos, tem o Imperial College, todo mundo tentando fazer a sua curva, imagino que Unimed, obviamente você não vai divulgar uma curva aqui, mas tentando prever a demanda do que é que vai acontecer para ir se preparando. Isso é uma coisa também que tem sido intensa para vocês?Cintia: Com certeza. E aí assim eu diria que o caminho que a Unimed está adotando é o caminho mais seguro. Do ponto de vista de informação estamos coletando o máximo de dado que a gente consegue para compor uma estrutura que nos dê um pouco mais de certeza nos próximos passos, mas além disso e fazer a informação chegar na pessoa certa com (inint) [00:15:05], que tem sido uma coisa que a gente está perseguindo, de novo indo pelo simples. Existe algo extremante sofisticado que está sendo desejado, perseguido e um tanto de gente, inclusive assim, impressionante a coragem das pessoas de publicar tanta calculadora, tanta curva, eu admiro isso porque é muita coragem, num universo de tanta incerteza a pessoa colocar aquela aplicação dela para o público em geral para julgar é muita coragem. E aí vem-se juntando várias coisas. Existe um grupo grande de epidemiologistas que estão trabalhando em modelos, e uma coisa que eu posso te falar, é multivariado, extremamente multivariado, não tem uma única resposta, não tem um único cenário, assim, não é uma tarefa simples não, aquela bolinha de cristal ali ela ainda é bem turva.Marcelo Szuster: É. Não, eu tenho lido muito sobre o assunto e é impressionante, esse é um momento… porque as pessoas estão ansiosas e querendo respostas, só que a verdade… e aí é engraçado. Eu vi, um dia eu estava vendo até o Pondé, sabe? Aquele filosofo falando, ele estava num debate e ele falando assim… e li isso em outros lugares também, ele falando assim: “Só porque a coisa é cientifica as pessoas acham que já vão ter respostas precisas imediatamente, mas não é exatamente assim que a ciência evolui, não é? A ciência evolui com erros e acertos, com debates, com discussões, não é?”. Igual você disse, os modelos são extremamente complexos, tem gente que opta por modelos mais simples, tem gente que opta por modelos mais complicados, mas o fato é que normal ter divergência, ter acerto e erro, só que as pessoas nesse momento não querem isso.Vinícius: Sem que contar que se formos avaliar no caso predição da curva de contaminação, etc., ainda tem toda a questão da variação no contexto de análise quando você aumenta a sua capacidade de teste, então, de repente, tipo assim, você está aumentando muito o número de casos, mas na verdade não significa que tem mais gente doente, significa que você começou a testar mais. Como é que você combina isso no modelo, não é? É um desafio bastante grande.Cintia: E as incertezas assim, tem métodos diferentes em vários lugares como você citou, tem gente que teste uma grande parcela da população, tem gente que não testa ninguém, tem diferenças de comportamento, tem diferenças de momento em que houve um isolamento social, tem diferenças de quem faz o lockdown, quem faz isolamento social, tem vários níveis de isolamento. Então assim, são realmente muitas variáveis. Na última reunião que a gente teve assim de lideranças foi apresentado um modelo em que várias variáveis foram colocadas e algumas que são muito simples, por exemplo, se a gente pensa em adensamento populacional, influência ou não influência? A percepção geral é que se influência. “E o fator tempo, umidade?”.Marcelo Szuster: Sim.Cintia: E tem um efeito aí, gente, que é: onde não há vírus, não há contaminação. Então comparar a população de 1 milhão com uma população de 100 mil, se a de 1 milhão não tem presença do vírus a de 100 mil pode ficar muito mais infectada. Então assim, é um aprendizado constante e eu acho que a gente tem que aprender todo dia, não tem uma fórmula mágica, é todo dia um ajuste.Leandra: É, e é tudo muito novo, não tem dado histórico, não dá para comprar com muita coisa, não é? Está tudo acontecendo agora, não é?Cintia: É. Outro dia a gente estava falando: “Nossa, vamos retreinar o nosso modelo de identificação de doenças respiratórias”, aí o pessoal falou assim: “Uai, mas eu não tenho dados do Covid”, a gente: “É, mas a gente tem dados de doenças respiratórias”, “Então é um sinal?”, “É, porque existe um comportamento de certa forma parecido, mas também não é igual”. Então assim, eu, de novo, eu admiro quem tem coragem de colocar um modelo tipo assim: “Essa é a calculadora. Use. Isso aqui é a tendência”, aí fala, por exemplo, que na população de Belo Horizonte a gente vai ter 300 mil pessoas internadas ao mesmo tempo, eu parei e falei: “Gente, como assim?”. Então tem coisas mirabolantes e a gente tem que ter… eu acho que é um momento de muita informação e muito espírito crítico em cima da informação.Leandra: Nesse sentido tem-se falado muito de privacidade, não é? Nunca se falou tanto de números, de gráficos, de tendência e de dados e as pessoas estão com medo agora de… todo mundo sempre colocou todas as informações nas redes sociais e nunca teve muito medo e agora as pessoas estão com medo. Vocês sentiram influência disso? Já sentiram em algum momento?Cintia: Olha, Leandra, em alguns momentos a gente sentiu sim. A Unimed BH é extremamente controlada no uso da informação. Toda pesquisa é feita de forma anônima, não fica identificado quem é aquela pessoa, e aconteceu alguns eventos do tipo assim: existe um tele monitoramento”, a intenção do tele monitoramento é que você acompanhe aquela pessoa para que ela não deixe de procurar um serviço de saúde quando ela precisa, porque também tem esse medo. Será que as pessoas deixaram de ir ao hospital no momento que elas estão precisando? Então alguns perfis passaram a ser tele monitorados como zelo.Marcelo Szuster: Hoje só pode ir por urgência, não é? Você fala pessoas que poderiam ter que ir por outros motivos e não necessariamente o Covid, ou por causa do Covid mesmo?Cintia: É, está com um problema cardíaco, por exemplo, tem que fazer hemodiálise, aí parou de ir na hemodiálise, isso coloca a pessoa risco. Então alguns movimentos foram feitos para que essas pessoas ficassem cientes dessa necessidade de manter o tratamento para o crônico, até porque as unidades se prepararam para receber, se segmentaram, não é uma proibição de ir ao hospital, é evitar ir se você não precisa, mas se você precisa tem que ir.Marcelo Szuster: É, porque as pessoas ficam com medo de ir e aí pode agravar muito uma situação.Cintia: Isso. E aí teve momento de a pessoa se sentir incomodada com isso. Há um respeito e é óbvio que se a pessoa não quer ser incomodada com esse tipo de contato ela não vai ser, mas de forma geral a Unimed é muito cuidadosa, então temos um zelo extra, usar a informação para aquilo que vai trazer beneficio para o cliente e com a ciência do cliente.Vinícius: De qualquer forma eu acredito que esse tema ele vai ser mais explorado assim na sociedade de forma mais aberta, porque se você for avaliar uma das pessoas que mais tem falado sobre isso aí, quase que qualquer sessão de debate acaba sendo mencionado Yuval Harari do Sapiens lá, e ele, por exemplo, tem colocado muito que esse ponto vai ser um grande ponto de discussão daqui para frente, do quão você vai aceitar essa questão da privacidade, sendo que na verdade você está falando de um tema que impacta todo mundo, não é? Vários países que tiveram um pouco dessa inciativa de ser um pouco mais intrusivo, tipo a Coréia do Sul, a própria China, foram muito bem-sucedidos na contenção aí do vírus exatamente por ter abusado, vamos chamar assim, não sei se é a melhor palavra não, mas dessa questão da invasão de privacidade. Então muito provavelmente tende a ser um tema que vai ser, eu acho, largamente debatido daqui para frente, que pode ser usado pelo bem ou pelo mal. E inclusive eu acho que isso aí emenda com outro assunto porque os negócios, plano de saúde, hospitais, aí se você olhar assim a parte preventiva, sei lá, se você frequenta uma academia, se você cuida melhor da sua saúde, esse tipo de coisa tende a estar mais interligado do ponto de vista de modelos de negócio, não é? Tipo assim, se eu tenho, se eu faço academia meu plano de saúde é mais barato e muitas vezes você vai precisar de um pouco mais de intervenção, de monitoramento sobre isso. Então é um tema assim bem interessante que eu acho que vai ser bem debatido daqui para a frente.Cintia: É, eu acho que ele não vai parar, ele vai se intensificar, apesar de a LGPD ter sido adiada no Brasil, é um tema que não vai sair da pauta, porque ele está na pauta já tem um tempo, talvez as pessoas não tivessem percebido tanto quanto estão percebendo ao longo dessa pandemia.Leandra: Que as pessoas não olhavam para isso com grande interesse igual estão olhando agora.Cintia: Bom, do nosso lado assim o que eu posso te falar é que o projeto LGPD ele é um projeto importante dentro da Unimed, ele não parou, sabe? Esse respeito, a vontade da pessoa, essa ciência de que a informação é da pessoa, é uma coisa muito clara dentro da Unimed BH.Marcelo Szuster: Cintia, deixa eu te perguntar uma coisa nessa mesma linha. E essa questão de rastreabilidade, vocês têm atuado com isso? Porque vocês como tem informações, é claro, dentro do respeito aí que você comentou, mas, por exemplo, vocês ficam sabendo que uma pessoa teve a doença e aí sabem quem são os familiares por causa do cadastro e etc. Vocês conseguem atuar nisso para ajudar a melhorar essa rastreabilidade e diminuir o famoso R0 lá, que é o índice lá de transmissibilidade?Cintia: De uma forma mais genérica, mais anônima a gente atua, mas mais identificando assim: neste lugar existe uma população deste tamanho, sabe? Não é o João, o José ou o Antônio, neste lugar tem uma população desse tamanho. Então de forma anonimizada a gente atua sim.Marcelo Szuster: Entendi. É como se vocês conseguissem determinar um possível hotspot, sei lá, não é?Cintia: Isso.Marcelo Szuster: Porque vocês sabem por um modelo que ali está começando a aparecer mais casos, então ainda que vocês não possam identificar as pessoas pode-se dizer que é uma região para ter cuidado, vamos dizer assim.Cintia: Um ponto de atenção, sim. Bom, existem tantos trabalhos, gente, que estão sendo feitos assim, e aí eles são de várias naturezas, tanto no sentido de tentar ampliar aquilo que a gente pode monitorar daquela pessoa com contato telefônico, com tele monitoramento mesmo, ou aquilo que a gente pode redirecionar de percurso ou nesses contatos de tele monitoramento. Existe um piloto com uso de (inint) [00:26:15] em que a gente faz um contato com a pessoa e a partir de um protocolo você classifica aquela pessoa como cores, mais ou menos uma classificação de risco, mas muito simplificada, e a partir daí existe uma rotina de monitoramento que pode ser de 24 em 24 horas, de 48 em 48 para que aquela pessoa não fica desassistida e a primeira pergunta é: você aceita entrar neste programa? Então é muito respeitoso. Eu vejo a Unimed BH fazendo coisas extremamente respeitosas no tratamento ao cliente dela neste momento do Covid. E a gente percebeu claramente um movimento de as pessoas saírem dos nossos pronto-atendimentos e aderirem a tele consulta. O nosso maior serviço de atendimento as pessoas que têm síndrome respiratória hoje é a consulta online para o Covid.Marcelo Szuster: Entendi.Vinícius: A gente falou um pouquinho aí desse novo normal, a gente falou do… na verdade a gente falou de mais de uma coisa, a gente falou da questão do atendimento, a gente falou dessa questão aí da privacidade. Um outro ponto interessante que eu acho que tem a ver com o negócio de vocês é a questão dos insumos, não é? Eu acredito que isso aí, eu não conheço tão a fundo, mas me parece, porque a gente como consumidor foi afetado, o álcool em gel está bem mais caro, máscara você não encontra e tal, então acredito que deva ser um problema não só do custo, mas também até da disponibilidade. Então um assunto assim que vem à tona muito forte é a questão que pode começar a ser discutida, tudo bem que é um âmbito mais macroeconômico, mais em âmbito nacional, se deveriam mover produções que hoje estão na China, de insumos e tal, para cá, não só para cá falando do Brasil, mas de todos os países meio que se refletindo através disso aí, ainda mais países que tem muito dinheiro e são muito nacionalistas, tipo os Estados Unidos, parece ser também uma tendência. Isso é uma alguma coisa que fica na pauta de vocês ou é mais um assunto que vai ser discutido? Primeiro tem muita coisa importante para discutir agora na parte mais operacional, não é?Cintia: Eu acho que não tem nenhuma organização, imagino que nem na DTI, que não esteja pensando em cenários, não é? Quais são os cenários que a gente vai viver de agora para a frente? E o tema que é essa abertura de mercado que aconteceu e que a gente vem vivendo a um bom tempo, essa distribuição da produção, um foco muito grande na produção da China e Índia também. Então eu acho que isso aí com certeza vai estar na pauta, o que eu te falo é que a gente está trabalhando em cenários, e aí dentro desses cenários é um dos temas que com certeza vai ser abordado. E a gente tem um negócio que ele é muito impactado, a gente está dentro de um contexto. Então olhar a sociedade, o que está acontecendo em torno é super importante, então toda análise que está sendo feita ela não é feita só no âmbito daquele grupo ali, o contexto é sempre ampliado. Então o que é que eu posso te falar, Vinícius, assim, estamos tentando sempre estar acompanhando os cenários e atualizando os dados para que esses cenários não fiquem… sabe, olha, tinha o movimento de fazer isso, tem uma previsão e isso não se realizou, então esse cenário tem que ser atualizado constantemente. Tem um trabalho que foi feito que eu achei que ficou muito legal, e aí tem vários estudos, e aí tem Mackenzie, tem um tanto de universidade, que a outra coisa legal que está acontecendo agora, a colaboração entre as universidades, eu acho que do mundo inteiro, você vê trabalhos da UFMG com um tanto de gente, e aí você vê a Johns Hopkins abrindo, um tanto de trabalho também mundialmente, e assim…Vinícius: A UFMG foi citada no New York Times eu acho que foi ontem.Cintia: É, foi ontem. Muito bacana esse movimento que eu acho, e aí a partir daí muita coisa vai ser gerada. Então voltando um pouco atrás, quando eu comecei a fala, a gente está se preocupando em coletar o máximo de informações possíveis, porque eu não tenho dúvida nenhuma que a medida que o tempo for passando essas informações vão nos ajudar a dar clareza nos cenários seguintes. Então assim, o que está por vir, você já deve ter visto umas tendências assim: “Olha, isso aqui vai aumentar, isso aqui vai cair”, “Vai diminuir viagem de negócio, as pessoas aprenderam que dá para fazer as coisas remotamente”.Marcelo Szuster: Sim.Cintia: “Vai aumentar home office”. Isso aí é coisa que, digamos, quase que a gente já está tendo certeza, mas aquilo que a gente ainda não sabe. Vai aumentar ou diminuir o consumo de carro? Não sei.Marcelo Szuster: Muita gente pode querer um carro para não ter que ficar andando mais junto com os outros.Cintia: É um movimento que a China fez. Então assim, é tanto desconhecido, é tanta incerteza que é complexo falar do que está por vir.Marcelo Szuster: É.Cintia: Acho que o mais inteligente é trabalhar com cenários e ir calibrando esses cenários à medida que a vida real vai nos trazendo mais insumo.Marcelo Szuster: Cintia, nós estamos caminhando para o final, eu queria fazer mais uma pergunta sobre hospitais e médicos que são muito impactados também. Como é que tem sido aí o relacionamento com hospitais e médicos nesse momento em que os hospitais ao mesmo tempo têm que estar preparados para uma possível explosão de demanda e ao mesmo tempo eles estão com as receitas comprometidas, não é?Cintia: A Unimed ela fez um programa interessante de parceria, tanto com os prestadores de assistência, quanto com a sua rede, a sua rede credenciada como um todo, que são os prestadores, em que ela fez algumas compras compartilhadas, alguns recursos foram flexibilizados e assim como para o seu cooperado, principalmente para o seu cooperado para garantir uma renda mínima nestes períodos. Então assim, é uma empresa, como o Doutor Samuel falou, que tem robustez para fazer isso, e eu vi um movimento muito claro de se posicionar como parceiro para estender a mão neste momento para os cooperados e para os prestadores para que essa assistência, que são realmente heróis que estão ali todo dia enquanto um tanto de gente está podendo ficar em casa, por mais difícil que seja, mas estão ali todos os dias prontos para o que der e vier. Então eu vejo um movimento claro da Unimed de apoiar essas pessoas, inclusive flexibilizando alguns recursos para que fique uma tranquilidade aí nesse período.Marcelo Szuster: Não, legal demais isso, não é? Porque eu sou desse princípio, se todo mundo ajudar quem está próximo, quem está mais na sua rede a gente consegue reduzir o impacto aí econômico, que é terrível, não é? Cintia, muito obrigado. A conversa foi excelente, deu para ver que a Unimed já está com uma cultura aí de agilismo e de ser data driven que está sendo fundamental nesse momento aí para responder rápido e para analisar cenários e ir se adaptando, que eu entendi que é a principal estratégia, já que nós estamos vivendo aí claramente o mundo complexo na sua essência, não é? Muito obrigado e espero que no futuro a gente tenha outras oportunidades. Um abraço.Cintia: Eu que agradeço, gente. Um abraço para vocês.Vinícius: Um abraço aí. Muito obrigado.Cintia: Sucesso para todos nós nesse período e nessa retomada, não é?Marcelo Szuster: É isso aí.Leandra: Obrigada. Um abraço. Até a próxima.Vinícius: Um abraço.
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#73 Adaptando ao Coronavírus Unimed BH

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