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M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Este é mais um episódio de Enzimas, breves reflexões que te ajudam a catalisar o agilismo em sua organização. Pessoal, hoje eu queria comentar um artigo que eu li na revista The Atlantic, a gente vai colocar o link depois, junto com esse episódio, de um autor que se chama Arthur Brooks. Eu achei bem interessante porque ele é, de certa forma, uma extensão do que eu falei na semana passada sobre o estoicismo no sentido de tentar fazer com que a gente crie uma forma melhor de fazer com que a nossa mente lide com essa crise. Esse autor fala uma coisa interessante, que na visão dele existe um sofrimento desnecessário, que é causado por um erro cognitivo nosso de como a gente interpreta os nossos sentimentos e como isso faz a agente reagir com o que está acontecendo. Então, o que esse autor fala? Ele fala que a gente confunde frustração com arrependimento, e a gente confunde risco com incerteza. Olha que interessante, porque isso é uma coisa que eu acho que é interessante comentar aqui, o que ele fala sobre frustração versus arrependimento. Ele fala basicamente o seguinte, que esses dois sentimentos são bem similares, porque eles implicam em a gente estar triste por alguma coisa que a gente queria que tivesse acontecido, ou que tivesse sido diferente, e que existem, inclusive, pesquisas que mostram como a gente tenta evitar as frustrações de toda a forma. É interessante pelo seguinte, o que ele mostra é que como os dois sentimentos são semelhantes, eles causam na gente um fenômeno que os psicólogos chamam de ruminação. A gente fica ruminando aquilo. Então a gente fica triste em casa, frustrado, pelo que a gente poderia estar fazendo e não está conseguindo fazer, e começa a pensar no que a gente poderia ter feito diferente e coisas desse tipo. Só que aí vem o ponto principal que ele levanta, o arrependimento é por uma coisa que você fez e sobre a qual você poderia ter tido controle. A frustração não é sobre algo que você fez. O desapontamento não depende de uma ação sua. E aí que vem o problema, porque se a ruminação pode ser até positiva, no caso de um arrependimento, no sentido de que você revê o que você fez de errado e ensaia dentro da sua cabeça como não errar novamente, ou seja, isso pode ser até um mecanismo de aprendizado, desde que não se torne uma obsessão, no desapontamento ou frustração, isso já não é verdade, porque essa ruminação só vai fazer com que você fique mais ansioso, você fique mais triste e entre em um ciclo vicioso. O primeiro erro cognitivo é misturar desapontamento com frustração, já que são sentimentos muito similares. O outro, que eu achei interessante também, é misturar os conceitos de incerteza e risco. Porque na incerteza, você não sabe quais são os possíveis resultados e, consequentemente, você não consegue nem associar probabilidades dos possíveis resultados, ao fato que no risco, você conhece os possíveis resultados, aí você consegue associar probabilidades e fazer a famosa gestão de risco, que é o que todo o gerente de projeto, por exemplo, trabalha intensamente com gestão de risco. Então veja que com a gestão de risco você teria ações claras a serem feitas. A questão que o autor coloca é que ao se confundir incerteza e risco, o que acontece? A gente fica igual um doido ouvindo notícia de todos os jeitos, vendo as curvas e etecetera, e eu compartilho isso, eu no começo estava fazendo isso loucamente. No fundo, tentando entender mais ou menos o que está acontecendo para entender os riscos que nós estamos correndo. Só que, na verdade, isso é uma coisa que eu acho interessante, estava até vendo uma entrevista do Pondé outro dia na CNN, o fato de ter ciência envolvida não quer dizer que se tem certeza, principalmente nesse momento, a ciência vai trilhar vários caminhos, vai ter uma série de debates, o problema é extremamente complexo, então quando se fala que tem ciência, não quer dizer que a incerteza foi resolvida, e a gente fica loucurando nesse momento, acreditar que essa incerteza não existe mais e que, consequentemente, a gente pode traduzir as possibilidades de resultado e riscos e pensar mais racionalmente o que fazer com esses riscos. Isso dá uma angústia porque, no fundo, a gente ouve, lê e quanto mais faz isso, mais tem informações que muitas vezes são contraditórias, justamente porque estamos em um momento onde as certezas não existem e onde a ciência está no meio de um furação debatendo, fazendo experimento e vendo o que vai acontecer. No final das contas, qual é a sugestão do autor do artigo, que eu acho interessante, se a gente reconhecer essas, digamos assim, falhas cognitivas, se a gente reconhecer que na verdade nós estamos frustrados e não arrependidos e que nós estamos lidando com a incerteza e não com riscos, ao reconhecer isso a gente pode, no caso da frustração, interromper essa ruminação na nossa mente, sabendo que ela contraproducente e se concentrar no que eu posso fazer agora no presente racionalmente. E a mesma coisa com a incerteza. No momento que eu reconheço que existe um nível de incerteza ainda altíssimo, eu começo a reconhecer que quanto mais eu escutar e procurar ter certezas, estimar esses resultados, esses riscos, mais eu vou ficar ansioso com isso, porque eu vou ter informações contraditórias o tempo todo e eu vou querer procurar mais coisas. É como se eu tentasse agora até ter menos fontes de informação, tentar simplificar um pouco a minha própria vida do ponto de vista da quantidade de informações e, por isso que eu fiz o link no começo com o estoicismo, voltar a ficar mais no presente pensando racionalmente o que eu posso fazer hoje, no curto prazo, e em um cenário que eu realmente consiga enxergar um pouco mais para a frente, mas tentando evitar as elucubrações e as neuras que a nossa mente produz e que deixam a gente mais ansioso ainda. É isso, o link do artigo vai estar aí, eu acho esse tema bastante oportuno nesse momento que estamos vivendo.
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os agilistas

ENZIMAS #35 A Neurose Da Incerteza

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