5 Disfunções de um time: O que fazer a respeito

Por Lucas Gonçalves|
Atualizado: Jul 2023 |
Publicado: Set 2021

Durante o programa de mentoria que participei em Liderança aqui na dti no ano passado, me deparei com a proposta da minha mentora para fazermos uma discussão sobre o livro “The Five Dysfunctions of a Team”, ou, em tradução, “5 disfunções de um time”. Julgando o livro pela capa e pelo nome, propus começarmos o primeiro capítulo e, caso não achássemos interessante, passaríamos para outro.  

Tive essa primeira impressão de que não seria um bom livro para aprender sobre liderança porque não acredito em fórmulas e modelos matemáticos que possam descrever completamente o comportamento humano e como lidar com ele. Entretanto, tive uma surpresa extremamente positiva ao final da leitura pois, além de fácil, leve e empolgante, pude perceber vários conceitos que o livro aborda sendo aplicados no meu dia a dia. 

As 5 Disfunções 

Os problemas que acometem os times, segundo o autor, podem ser representados por uma pirâmide: na parte mais abaixo, está o problema mais comum e mais presente nos times, e que também serve de base para os demais. O problema do topo, por sua vez, é o resultado acumulado dos demais, menos comum, mas mais grave quando presente. Além disso, quanto mais abaixo na pirâmide, mais difícil é para uma liderança conseguir atuar diretamente. 

5 difunções de um time

Falta de Confiança 

Todos já devem ter ouvido aquela famosa frase de que “a base de todo relacionamento é a confiança!”, certo? Apesar de muitas vezes ser usada no contexto de relacionamentos amorosos, ela é válida para todo tipo de relacionamento – inclusive, o profissional. Ou seja, para se ter um ambiente de trabalho saudável, é preciso que as pessoas que trabalham em conjunto tenham um nível mínimo de confiança umas nas outras.  

5 disfunções de um time

Quando confiamos em alguém, não temos receio ou hesitação em compartilhar algum pensamento, ideia ou insatisfação que sentimos. Isso porque sentimos que teremos apoio e suporte para nos expressar, mesmo que o que expressaemos gere algum conflito. E essa sensação de segurança é o que permite que o ambiente de trabalho possa ser aberto e agradável. Por isso, quando a primeira disfunção aparece, a Falta de Confiança faz com que tenhamos receio de nos expor, pois nos sentimos julgados e vemos a necessidade de parecer infalíveis e invulneráveis. 

Medo de conflito 

Essa condição anteriormente mencionada nos leva à segunda disfunção, o Medo de Conflito. Se eu não confio no meu colega de trabalho para expor algo, naturalmente eu não participo tanto de discussões, ou deixo de dar minha opinião e meu ponto de vista, pois tenho receio do efeito que minhas falas e ideias podem causar. 

Em algum momento de sua carreira profissional, você já sentiu incômodo com alguma situação, mas deixou de manifestar por receio de como seria a reação das pessoas envolvidas? Isso é o Medo do Conflito. Esse “conflito” não precisa ser algo intenso, com gritaria e discussões calorosas – é simplesmente qualquer divergência de ideias.  

Falta de comprometimento  

E quando temos falta de divergência de ideias e discussões onde nem todos participam e colocam sua opinião, criamos um ambiente ambíguo que pode gerar a terceira disfunção, a Falta de Comprometimento. Se o objetivo que o time discutiu para definir não teve minha participação e minhas ideias envolvidas, por que vou me comprometer com ele? Entramos no cenário de pessoas que não se envolvem com os objetivos do time, que não possuem uma sensação de pertencimento e que, consequentemente, não se cobram pelos resultados. 

Evitar Responsabilização 

Por qual motivo eu iria tomar a frente de algo que não faz sentido para mim? Por que “esquentar a cabeça” com isso? E seu meu colega também não o faz, por que eu me incomodaria com isso? Chegamos, assim, à quarta disfunção: Evitar Responsabilização. Eu não me responsabilizo pelos meus resultados, não cobro os meus colegas pelos deles, eles não me cobram e nem se cobram entre si. Assim, ninguém toma frente ao que precisa ser feito. Essa “cobrança” é extremamente sensível, pois pode ser confundida com micro gerenciamento; mas não são a mesma coisa, essa é a cobrança “saudável”, onde existe a confiança de saber que ela acontece com a intenção única de melhorar o time como um todo. 

Desatenção aos Resultados  

E, por último, quando ninguém se responsabiliza pelos seus resultados e pelos dos colegas, aparece a quinta disfunção: a Desatenção aos Resultados. Ou eu olho apenas para os meus resultados, ou para nenhum, surgindo, assim, espaço para o status e o ego. Essa é a pior das 5 disfunções que podemos encontrar em um time, pois o propósito da formação e da existência de qualquer time sãos seus resultados, e não ter atenção a eles pode levar a um desperdício de tempo e de investimento. 

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Como a liderança pode atuar? 

Como líder de um time – ou alguém que aspire uma posição de liderança, é sua responsabilidade, primeiramente, identificar a existência de qualquer um desses problemas no time e atuar para que eles não apareçam. Existem dinâmicas e artefatos que podem identificar e auxiliar os times e as lideranças (como o “The Failure Wall”, por exemplo), mas muitas vezes a mudança precisa ser feita no dia a dia, seja pelo exemplo ou pelo feedback.  

5 disfunções de um time

É importante mostrar vulnerabilidade, esclarecer que os erros são essenciais no aprendizado e não algo ruim e proibido, incentivar e mediar conflitos. E também envolver o time nas discussões e definição de objetivos e metas. Todas elas são exemplos de pequenas ações que um líder pode fazer para aumentar a performance de seu time, minimizando os efeitos das 5 disfunções. 

Dia a dia da liderança 

Apesar de acreditar que essa pirâmide não seja algo 100% preciso, que descreve perfeitamente todas as disfunções que um time possa ter. Ele engloba bem os principais problemas relacionados à performance. E o mais importante, na minha opinião, é saber que esses sintomas podem estar presentes no time e ter consciência de que eles podem estar por trás de outros problemas. Isso nos ajuda a refletir melhor sobre situações que vivenciamos no cotidiano. Como por exemplo, como fazer um “feedback negativo” ou mesmo como cobrar um colega por algo. Nessas situações, é preciso ter um grande nível de confiança de todos os envolvidos. Assim, fica mais claro que a intenção é sempre a melhoria do time. 

E o(s) time(s) que você atua ou lidera atualmente, acha que ele está livre das 5 Disfunções de um Time? 

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